Lançamentos de softwares até são rotineiros no mundo da computação, mas raros os que realmente podem interferir na forma como você interage com o micro. É o caso do produto que chega às prateleiras de todo o mundo a partir de amanhã: o Windows Vista, sistema operacional desenvolvido pela Microsoft para suceder o XP.

Carro-chefe da companhia de Bill Gates, o Windows está presente em mais de 90% dos computadores. O sistema operacional é sempre o software mais importante da máquina, o que faz tudo funcionar. Gerencia os recursos (processamento e memória, por exemplo) e faz a comunicação dos periféricos (teclado e mouse) com os aplicativos, como o editor de texto.

No Vista, as mudanças começam, como o próprio nome sugere, pelo visual. A interface com o usuário foi repaginada e recheada de recursos tridimensionais. A busca foi valorizada e agora está presente direto no menu principal. Na área de trabalho, é possível rodar pequenos aplicativos como calendário, previsão do tempo e recados. Você até poderá estranhar, no início, a forma de navegar no Windows, mas os novos ícones deixam mais clara a distinção entre as pastas e os diversos tipos de arquivos.

Um dos destaques mais alardeados pela Microsoft é a segurança. O Vista agrega uma ferramenta para criptografar o disco rígido, mais o anti-spyware (contra espiões) Windows Defender, além do controle de navegação pelos pais. E já vem com a versão 7 do browser Internet Explorer, que barra sites suspeitos e apresenta navegação por abas.

Outro ponto forte são os recursos que fazem do sistema um centro de entretenimento. Se o computador tiver placa com receptor de TV, é possível usar o Windows Media Center para gravar em DVD seus programas preferidos.

As melhorias têm um porém no bolso. Não é qualquer máquina que roda a plataforma. Para um desempenho mínimo, com os recursos tridimensionais da chamada interface gráfica Aero, é necessário, pelo menos, um processador de 1 GHz, 1 GB de memória RAM e placa gráfica de 128 MB. No varejo, pelo menos 80% dos produtos vendidos atualmente são básicos, com 256 MB, lembra o diretor de pesquisas da consultoria IT Data, Ivair Rodrigues.

Uma configuração ideal para aproveitar todos os recursos do Vista não sai por menos de R$ 2,5 mil. O setor de PCs, no entanto, foi beneficiado por medidas incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que estendeu a isenção de PIS e Cofins para máquinas de até R$ 4 mil (antes estavam incluídos desktops no limite de R$ 2,5 mil e notebooks, de R$ 3 mil), deixando esses equipamentos cerca de 10% mais baratos.
 
Para quem vai comprar o sistema na caixinha, o custo será de cerca de R$ 500 a R$ 1 mil, com descontos para quem tem o XP original. Ao todo, o Vista terá seis versões – as edições corporativas tinham sido apresentadas em novembro. Mesmo com o preço salgado, deverá haver uma corrida às lojas, amanhã, principalmente de quem gosta de novidades tecnológicas (algumas empresas, inclusive com lojas em Porto Alegre, acertaram parceria com a Microsoft para oferecer o produto já nesta data). Em um estabelecimento de um shopping da Capital, por exemplo, cerca de 20 pessoas estavam até ontem na lista de espera pelo novo sistema operacional da Microsoft.

A Microsoft também lança amanhã as versões para usuário doméstico do pacote de aplicativos de escritórios Office 2007, que integra, entre outros, o editor de texto Word, a ferramenta de planilhas e gráficos Excel e o Power Point, para apresentações. A linha de produtos apresenta nova interface gráfica. Sai a tradicional barra de menus e, no lugar, aparecem guias com botões. Outra novidade é a possibilidade de pré-visualizar o resultado de uma formatação (de fonte, por exemplo) antes mesmo de ser determinada pelo usuário.

O Office 2007 roda no Windows XP, mas somente quem utilizar o Vista poderá restaurar versões antigas de documentos. O preço é estimado entre R$ 400 e R$ 500, com direito a instalação em três máquinas. As versões corporativas do pacote foram lançadas em novembro.

VANESSA NUNES/ZERO HORA