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 | 24/09/2002 09h51min

Secretário do Tesouro vê exagero na taxa cambial

O secretário do Tesouro Nacional, Eduardo Guardia, disse que o mercado atravessa um momento de “extrapolação” do Risco Brasil e da taxa de câmbio, o que não encontra amparo nos fundamentos da economia brasileira.

– O nervosismo do mercado hoje (ontem) refletiu um período de incerteza devido ao processo sucessório (eleição presidencial) e a um cenário internacional delicado. No meu entendimento, há claro exagero – disse Guardia.

Para o secretário, a taxa de câmbio no médio prazo não pode tomar como referência o atual nível em que se encontra a cotação da moeda norte-americana. Por isso, as oscilações recentes não justificam nova projeção do governo federal para o superávit primário (economia de despesa para pagamento da dívida) deste ano.

No acordo do governo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o resultado primário fixado é de 3,88% do Produto Interno Bruto (PIB) para o governo federal e as empresas estatais, além de Estados e municípios. No próximo ano, a meta é de 3,75% do PIB. O acordo prevê, no entanto, a possibilidade de as metas serem revistas nas revisões trimestrais do acordo.

– Não podemos a cada oscilação do câmbio reprojetar o superávit porque, da mesma forma que este deprecia, também valoriza – argumentou Guardia.

O secretário voltou a repetir que a situação do Tesouro Nacional é bastante confortável com relação aos vencimentos dos títulos da dívida pública até o final deste ano, que está estimada em R$ 77 bilhões. Caso o governo federal não consiga rolar essa dívida, ressalvou Guardia, há recursos em caixa no Tesouro Nacional suficientes para resgatar os papéis no mercado.

 
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