| 25/09/2002 00h39min
O presidenciável da aliança governista, José Serra, não hesitou em puxar o assunto da alta recorde do dólar em entrevista ao Jornal Nacional da Rede Globo na noite desta terça-feira, 24 de setembro, para afirmar que ele pode "devolver a confiança'' dos investidores, se for eleito.
– Há candidatos adversários que falam muito dos problemas e fazem as críticas. Agora, só isso não vai resolver o problema do Brasil. É preciso mostrar como – afirmou Serra ao responder sobre o rumo de sua campanha diante da nova pesquisa Ibope de intenção de votos. Serra perdeu mais um ponto, dentro da margem de erro, e ficou com 18%.
– Hoje tivemos um exemplo, a questão do dólar – continuou Serra, antes mesmo que os apresentadores William Bonner e Fátima Bernardes tocassem no assunto.
– É uma coisa que me preocupa, o preço do dólar, porque afeta as pessoas, afeta o preço do pão, do macarrão, do biscoito, da gasolina. É muito importante a gente debater o que fazer para abaixar o preço do dólar – disse.
Serra gastou parte da entrevista explicando porque o presidente Fernando Henrique não aparece associado mais de perto à campanha da aliança governista.
– O presidente Fernando Henrique não é cabo eleitoral – justificou o presidenciável.
Por duas vezes, Serra defendeu o que o próprio presidente já disse, que Fernando Henrique terá um papel de "magistrado" nas eleições.
Os entrevistadores perguntaram também porque o candidato não alcança nas pesquisas o nível de aprovação do presidente Fernando Henrique.
– Toda a população sabe que o presidente Fernando Henrique me apóia, que vai votar em mim, que é o candidato que ele considera mais seguro para administrar o Brasil – limitou-se a dizer Serra.
O presidenciável tucano atribuiu a crises internacionais a dificuldade de promover o crescimento econômico no último ano do mandato de FH, mas argumentou que as condições produtivas são boas. Diante do baixo crescimento recente será mais fácil, segundo Serra, viabilizar a expansão de 4,5% PIB que ele propõe.
Serra reafirmou a intenção de criar oito milhões de empregos de carteira assinada.
– O que nós queremos é carteira azul para todo mundo – disse.
Respondendo a perguntas sorteadas entre as dúvidas mais frequentes de internautas, o presidenciável afirmou que é contra a pena de morte, a obrigatoriedade da doação de órgãos e a contribuição de aposentados para a Previdência.
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