| 12/02/2007 07h00min
Passadas a eleição para presidente da Câmara e a reunião do diretório nacional petista na Bahia, a agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se volta prioritariamente para as mudanças no ministério. As conversas com partidos aliados começam hoje com um encontro entre Lula e o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), lembrado para substituir Marcio Thomaz Bastos no Ministério da Justiça (ao lado do ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Sepúlveda Pertence).
Para atender à pressão de aliados do PMDB e do PT, Lula teria dito em conversas reservadas que prevê trocas em pelo menos sete pastas na reforma: Justiça, Relações Institucionais, Transportes, Integração Nacional, Saúde, Cidades e Educação. Uma dessas duas últimas deve ser ocupada pela ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy. A única condição imposta pelo presidente é que ela fique de fora da disputa pela prefeitura de São Paulo em 2008.
A
reforma ministerial também fez
parte das discussões do diretório nacional petista em Salvador. Na resolução aprovada no sábado o partido sugeriu a ocupação de ministérios considerados estratégicos, como o das Comunicações (destinado hoje ao PMDB).
No mesmo encontro, o PT ignorou o apelo de Lula pelo fim do fogo amigo. Na sexta-feira, durante jantar em comemoração aos 27 anos da sigla, o presidente pedira o fim das críticas à política econômica.
– Tem gente que não aceita os resultados da macroeconomia, mas vá perguntar aos economistas do PT se já estivemos numa situação tão favorável – disse Lula.
A resolução do diretório nacional, porém, cobra "enfaticamente" a redução da taxa de juros, critica o conservadorismo da política monetária e pede a formação de uma equipe econômica "alinhada" com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O texto passou pelo crivo do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Uma das partes mais críticas diz, em referência à redução de
0,25 ponto percentual da taxa de juros na última
reunião do Conselho de Política Monetária: "Entendemos que há condições para acelerar a redução da taxa de juros e criticamos enfaticamente o conservadorismo da mais recente decisão do Copom".
No discurso de sexta à noite, considerado um dos mais duros de Lula contra o PT, o presidente também fez um desabafo contra os petistas que estimulam a luta interna. Disse que, desta forma, os grupos do partido vão se triturar, e pediu que os petistas direcionem seu poder de fogo contra os adversários, criticando publicamente ministros que levam para a mídia suas divergências.
No encontro em Salvador, a direção petista priorizou temas que são praticamente unânimes. Polêmicas como a punição aos responsáveis pelos escândalos dos últimos anos e a divisão de poder foram deixadas para o 3º Congresso Nacional do PT, marcado para julho.
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