Os Estados Unidos enviaram um diplomata de alto escalão a Paris na sexta, 27 de setembro, para tentar convencer o relutante governo francês a apoiar uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) ameaçando o Iraque com ação militar.

O subsecretário de Estado para Assuntos Políticos, Marc Grossman, tem encontro marcado com autoridades em Paris antes de voar no sábado para a Rússia – que, a exemplo da França, tem poder de veto como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU e reluta em dar luz verde para a guerra.

No mais recente dos 32 ataques na zona de exclusão aérea no sul do Iraque neste ano, caças norte-americanos e britânicos bombardearam duas posições de mísseis terra-ar iraquianos ao sul de Bagdá, depois de sofrerem disparos, informou nesta sexta um porta-voz do Pentágono.

Enquanto Grossman iniciava sua missão, o comissário de relações exteriores da União Européia (UE), Chris Patten, advertia os Estados Unidos de que somente a força militar não garantiria segurança.

No Iraque, três membros do Congresso norte-americano desembarcaram para pedir acesso incondicional dos inspetores de armas da ONU e o filho mais velho de Saddam, Uday, acusou Washington de se comportar como um "caubói arrogante" e estar de olho nas reservas de petróleo do Iraque.

Os franceses, que exigem mandato da ONU para qualquer ação militar de Washington, fizeram silêncio sobre a visita de Grossman.

– É um encontro que faz parte da nossa estrutura de consultas sobre o Iraque – disse Catherine Colonna, porta-voz de Jacques Chirac, confirmando que o enviado norte-americano se encontrará com Jean-Marc de la Sabliere, assessor diplomático do presidente da França.

A Grã-Bretanha, também do Conselho de Segurança, anunciou que também fará campanha entre membros relutantes.

Saddam Hussein concordou na semana passada em readmitir os inspetores de armas, mas os Estados Unidos duvidam da sinceridade da proposta.

As informações são da agência Reuters.