| 12/03/2007 14h48min
Santos e São Paulo já estão com a cabeça na final do Campeonato Paulista. E a polêmica é em torno dos estádios de cada um. Enquanto os dirigentes do Tricolor questionam a capacidade da Vila Belmiro de abrigar a decisão, o técnico Wanderley Luxemburgo considera injusto que os dois últimos jogos sejam realizados no Morumbi.
– Tenho que chamar atenção para um detalhe. Se nós chegarmos na final e o São Paulo também, o mando das partidas é da Federação Paulista. E o Morumbi é o estádio do São Paulo. Eles têm que pensar isso com inteligência para não fazer os dois jogos decisivos no campo deles – recomendou Luxemburgo.
O técnico Muricy Ramalho respondeu pelo São Paulo. Ele lembrou que o Santos já teve a vantagem de jogar o clássico da primeira fase em casa.
– Jogamos aqui, mas não vai ter volta para mandarmos em casa – observou, chamando Luxemburgo de “chorão”.
– Sei que o Wanderley gosta de dar uma chorada, mas ele não me engana. Fizemos um aqui e faremos outro lá (na fase final). O terceiro e decisivo precisa ser no melhor campo, que é o do São Paulo – sentenciou.
O trunfo do Tricolor para atuar duas vezes no Morumbi em uma possível decisão contra o Santos é a suposta falta de segurança da Vila Belmiro. No clássico de domingo, a polícia militar teve trabalho para conter, por exemplo, um tumulto entre as duas torcidas. Além disso, o estádio do São Paulo ofereceria mais conforto para as finais. Mas estes argumentos não convencem o treinador do Peixe.
– Se nós jogamos todo o campeonato aqui, não tem motivos para não jogarmos as finais também. Nesses dois jogos, o São Paulo não emprestaria o vestiário do Morumbi, não ajudaria nisso ou naquilo. Então, não é um campo neutro. É a casa do São Paulo. Não tem o menor problema jogar no Morumbi, que é um ótimo estádio, mas não posso perder um privilégio – acrescentou.
Para o treinador do Santos, a solução para o problema pode ser transferir os jogos decisivos para o interior do estado, ou mesmo para o Pacaembu, que é público.
– O bom senso manda isso. A Uefa faz a decisão da Liga dos Campeões em outro estádio, que não seja os dos envolvidos na final. O Pacaembu é um campo neutro e o interior também – sugeriu.
Resta saber se a discussão vai se estender até a final do Paulistão. Para chegarem juntos até lá, Santos e São Paulo ainda precisam confirmar a primeira e a segunda colocações na primeira fase do torneio, além de avançar nas semifinais.
– É claro que estamos trabalhando em cima de hipóteses, porque os outros times também podem chegar na final – sorriu Wanderley Luxemburgo.
GAZETA PRESS
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