| 16/03/2007 07h30min
Os ataques de criminosos organizados e violentos contra prédios em bairros nobres de Porto Alegre fez crescer a insegurança e o medo entre moradores.
Reuniões de condôminos estão sendo feitas às pressas para discutir medidas de prevenção, consultores de segurança foram procurados e equipamentos de proteção podem ser adquiridos.
Num intervalo de quatro dias, houve dois assaltos contra prédios nos bairros Moinhos de Vento e Bela Vista, na Capital. Os ataques foram protagonizados por mais de uma dezena de bandidos portando armas pesadas. Eles controlam a movimentação da polícia por radiocomunicadores e demonstram conhecer a rotina dos moradores. Nos dois casos, cinco apartamentos foram saqueados.
O que mais tem inquietado condôminos é o fato de que os prédios contam com sistemas de proteção, como cercas, guaritas e porteiros.
– Episódios desse tipo estão ocorrendo mais pelo despreparo das pessoas que atendem no prédio do que por falta de equipamentos de segurança. O ideal é investir no treinamento de funcionários, mas antes são necessárias determinadas medidas – diz Simone Camargo, vice-presidente do Sindicato da Habitação de Porto Alegre.
Zero Hora visitou aleatoriamente, ontem, imóveis em bairros como Moinhos de Vento, Rio Branco, Bela Vista e Petrópolis. A preocupação com segurança, que já existia, aumentou depois dos assaltos realizados na Capital. Em um prédio da Rua Almirante Abreu, os moradores se reuniram na terça-feira e chamaram um consultor no dia seguinte.
– Pedimos uma avaliação do nível de segurança do nosso prédio e do que precisaríamos melhorar. Queremos saber se basta mudança de atitude e treinamento dos funcionários ou se precisamos mais - observa o síndico, um engenheiro de 52 anos, que pediu para não ser identificado.
Na Rua Pedro Chaves Barcelos, o Edifício Santa Ilona dispõe de aparato de segurança interno e de um vigilante de rua. Mesmo assim, o temor está presente.
– Essa é uma preocupação recorrente. Em termos de condomínio, temos tudo o que é possível, até portaria 24 horas. Mais que isso, só se cada morador tiver um segurança – comenta uma das residentes do prédio, Jakeline Marchiori, 41 anos.
No Via Frattina, um prédio de quatro apartamentos na Rua Jaraguá, uma reunião está agendada. Conforme a aposentada Celia Reichert, 75 anos, o objetivo é discutir como o imóvel pode ser melhor protegido.
Precavida, antes de atender ao chamado da reportagem pelo interfone, uma advogada que mora na Rua Dr. Tauphick Saadi pediu que a filha espiasse pela janela.
– Estou sempre com medo. Depois dos dois assaltos ocorridos em prédios, falamos com o zelador, explicando que ninguém deve entrar no edifício. Se alguém pedir entrega, tem de buscar no portão. É mais seguro – diz a advogada, que pediu para ter o nome preservado.
Em meio a esse clima de medo, o Sindicato da Habitação faz um alerta.
– Antes de adotar qualquer medida, o condomínio deve fazer contato com a administradora, para evitar até uma contratação equivocada – aconselha Simone Camargo.
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