| 22/03/2007 23h13min
Campeão da Corrida Internacional de São Silvestre em 1994, o mineiro Ronaldo da Costa decidiu abandonar a aposentadoria e voltar à ativa nas competições de rua. Recordista mundial na maratona em 98 ele escolheu o técnico e ultramaratonista Valmir Nunes para preparar seu retorno, marcado para 20 de maio, nos 10 Km Tribuna FM, em Santos (SP).
A aposentadoria de Ronaldo não foi das mais longas. Aos 36 anos, só conseguiu ficar oito meses longe das corridas. O saldo não foi dos melhores. Desiludido após ser financeiramente prejudicado pelo ex-empresário, largou as disputas e entrou em depressão.
– O dinheiro que eu bati o recorde, agora que está saindo pingado. O meu ex-empresário (Felipe Posso) me sacaneou e foi o maior motivo para desanimar com tudo. A organização pagou, o ex-empresário que não. Se eu pegasse naquela época, poderia gastar tudo, comprar um carrão – lembra o corredor, que deixou o dinheiro com o ex-empresário para receber quando estivesse mais maduro.
Durante cinco anos ficou esperando ver a cor do dinheiro, que nunca chegava.
– Agora estou recebendo aos poucos – explica.
Agora, ele dá a volta por cima com planos de grandes desafios para as competições e os 10 Km santistas são apenas a ponta de um projeto bem maior. Ronaldo não escolheu Nunes como técnico por acaso. A intenção é se tornar também um ultramaratonista.
Duas vezes campeão da prova santista (1995 e 96), Ronaldo lembra com emoção das disputas.
– Eu amo essa cidade de Santos. O povo é muito bom, é carismático, acolhe as pessoas de fora. Me sinto em casa. Gosto muito dessa corrida.
O auge da carreira, ele qualifica como a época em que ganhou a São Silvestre. Mas olhando para o atletismo de hoje, acredita que faltam bons atletas nas disputas.
– Não vejo muita coisa, tirando o Marilson (Gomes dos Santos) e, mais abaixo, o Franck (Caldeira). Hoje em dia tem mais facilidade. Muitas corridas, boas premiações e não tem atletas. Há oito, dez anos, tinha eu, o Vanderlei (Cordeiro de Lima), o Luiz Antonio (dos Santos), o André Ramos, o Diamantino (Silveira). Era uma turma que brigava – compara.
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