| 09/10/2002 17h07min
Em uma quarta-feira de poucas notícias e de apreensão dos investidores ante o cenário eleitoral que se anuncia, o dólar não resistiu às pressões geradas pela proximidade de uma grande quantidade de vencimentos de dívida pública e avançou 3,75% ante o fechamento de terça, cotado a R$ 3,86 na compra e a R$ 3,87 na venda. Esse é o segundo maior índice registrado desde o lançamento do Plano Real, em 1994.
O mercado financeiro brasileiro estima que o Banco Central (BC) não conseguirá rolar a totalidade das dívidas. Parte do montante que vence no próximo dia 17 – US$ 3,6 bilhões – teve 16,4% do total renovado nessa terça-feira. Entretanto, especula-se que os US$ 1,1 bilhão com vencimento datado para a semana seguinte não serão rolados, o que levaria os investidores a pressionar as cotações do dólar, com o objetivo de maximizar os ganhos no resgate das dívidas.
No setor privado, as dívidas até o fim do mês estão em cerca de US$ 2 bilhões. Somente nesta
semana alacançam US$ 800 milhões.
Com isso, a moeda norte-americana não deverá recuar antes do segundo turno das eleições, estimam os analistas.
A somar-se a isso, o mercado vê com ceticismo a possibilidade de eficácia da nova medida imposta pelo BC nas operações com câmbio. O banco elevou de 50% para 75% a exigência de capital próprio nas posições em dólar. Segundo analistas, os grandes bancos já vinham operando em patamares semelhantes e não terão de vender dólares excedentes, como se imaginou inicialmente. O ajuste, que deverá ser feito até segunda-feira, deve ficar por conta de instituições de menor porte, que operam quantias menos expressivas.
Depois de amargar o segundo recorde da concorrente norte-americana, a moeda brasileira se desvaloriza 40,15% em 2002. Só em outubro, a taxa chega aos 2,97%. O dólar, em contrapartida, avança valorizado 67,09% no ano e 3,06% no mês.
Com informações da Globo News.
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.