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Milhares de opositores do presidente venezuelano Hugo Chávez se reuniram em Caracas na quinta-feira, dia 10, para pressionar o líder esquerdista a convocar eleições imediatas, seis meses após ele ter sobrevivido a um golpe de Estado que durou poucos dias. A marcha na capital foi noticiada pelos organizadores como uma das maiores manifestações de oposição ao presidente desde o golpe de abril, que minou a confiança de investidores no quinto maior exportador de petróleo do mundo.
As tensões eram altas antes do protesto, depois que o ex-pára-quedista Chávez classificou a manifestação como parte de uma nova tentativa de golpe contra ele. O presidente, democraticamente eleito em 1998, seis anos depois de encenar uma tentativa de golpe frustrada, recusou o pedido da oposição de antecipar as eleições. Enquanto inimigos do governo seguiam ao parque no leste de Caracas, onde a marcha deveria começar, a televisão local e o rádio divulgavam que os simpatizantes de Chávez tentaram bloquear algumas estradas que levavam à capital com pneus queimados.
Também foi divulgado que os seguidores de Chávez atiraram garrafas e pedras contra os opositores do governo. Conflitos começaram e a Guarda Nacional lançou gás-lacrimogêneo. Vários ficaram feridos, segundo a mídia local. Em Caracas, a Guarda Nacional foi posicionada perto do palácio presidencial de Miraflores. Para diminuir o temor de violência, o ministro da Defesa, José Prieto, lado a lado com os chefes militares do país, pediu calma num pronunciamento nacional de televisão e disse que as Forças Armadas estavam prontas para garantir a ordem.
Apesar dos rumores de golpe, líderes da oposição insistiram em dizer que a marcha seria pacífica. Eles disseram que a manifestação iria refletir a força de suas exigências para um pleito nacional sobre se Chávez deveria ou não continuar sua administração.
– Esta vai ser uma pesquisa de opinião ao vivo – disse Enrique Mendoza, governador do Estado de Miranda.
Em 12 de abril, um grupo de oficiais de alta patente depôs o presidente venezuelano, após tê-lo responsabilizado pelos 17 mortos e dezenas de feridos durante uma enorme marcha opositora em 11 de abril, terceiro dia de uma greve geral. O líder retornou ao poder 48 horas depois, nas mãos de tropas leais e de milhares de seguidores, que saíram às ruas pedindo seu regresso, em meio a atos violentos, como saques, que elevaram o número de mortos a cerca de 60 e a centenas de feridos.
Várias centenas de manifestantes antigoverno fizeram uma demonstração em Caracas na quarta-feira, dia 9, em apoio aos generais do Exército que se opunham a Chávez. Batendo panelas, eles evitaram a tentativa de prisão de dois dos militares. Os oficiais dissidentes estão entre os 300 militares investigados por participação no golpe de abril que depôs Chávez. A divisão nas Forças Armadas aumentou temores de outra tentativa de golpe ou de violência entre facções militares anti e pró-Chávez. As informações são da agência Reuters.
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