Os líderes de partidos de oposição (Democratas, PSDB e PPS) pediram ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, a instalação imediata da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo. O líder do Democratas (ex-PFL), deputado Onyx Lorenzoni (RS), avisou a Chinaglia que vai obstruir as votações do Plenário para pressionar pela instalação da CPI. No entanto, PSDB e PPS não vão acompanhar o partido e devem garantir o quorum das sessões.

Onyx Lorenzoni justificou a decisão de seu partido afirmando que há seis meses permanece o caos nos aeroportos e nenhuma atitude foi tomada.

– O governo se vale de inércia, imobilismo e incompetência e, ao mesmo tempo, tenta enterrar a CPI. Se o governo não colabora, não é razoável que tenha facilidade para votar aqui em plenário. Se não, nenhum brasileiro vai entender o que estamos fazendo aqui – acrescentou.

Já o líder do PPS, deputado Fernando Coruja (SC), ponderou que as medidas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) precisam ser votadas o mais rápido possível. O líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP), concordou:

– A obstrução não vai ajudar em nada.

Lorenzoni, Coruja e Pannunzio concordam, contudo, que a CPI é a única solução para a crise aérea.

– A comissão será instalada mais cedo ou mais tarde – disse Coruja.

Os líderes da oposição entendem que, com a liminar concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada, Chinaglia tem poderes para instalar a CPI a qualquer momento.

– Ele pode invocar a autonomia entre os poderes – sugere Lorenzoni.

Chinaglia afirmou que deve conversar com líderes da base aliada sobre a instalação da CPI. Os líderes da oposição também se prontificaram a iniciar um diálogo com os partidos governistas.

No entanto, o vice-líder do governo, deputado Henrique Fontana (RS), insistiu que a CPI só serviria para palanque político e não traria solução para a crise no setor aéreo.

– A providência que deve ter desdobramento mais rápido foi a decisão do presidente Lula de criar uma carreira civil para os controladores de vôo – afirmou.

AGÊNCIA CÂMARA