| 07/04/2007 16h50min
Com a frase “Está bom para mim, mas não para a seleção”, o ala Falcão define sua opinião sobre o processo de renovação na equipe brasileira de futsal. A preocupação é relativa, garante. Ao mesmo tempo que destaca alguns jovens de futuro no grupo, ele compara o quadro com o que viveu em seu próprio início há 20 anos.
– Quando você pega a geração de 80 já se falava na de 90. Hoje está bom para mim, porque o esporte gira em torno do Falcão, mas isso não é o melhor para a seleção e eu quero pensar no esporte.
O raciocínio é justo. Nos anos 80, a seleção brasileira tinha no mineiro Jackson seu destaque principal. Duas vezes eleito o melhor jogador do Mundial (1982 e 85). Ele ajudou o país a faturar o bicampeonato do torneio e a criar a mística em torno da camisa 12 na seleção.
Sua saída deu espaço para outro astro da 12: Vander Lacovino, também bicampeão em 92 e 95. Referência no futsal nacional, o capitão da seleção deixou a camisa para Falcão, eleito melhor do mundo na modalidade pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). Na mesma geração, Manoel Tobias também brilhou com dois títulos de melhor jogador nos Mundiais de 96 e 2000.
Mais de dez anos depois, Falcão ainda é a referência na seleção, que viu muitos talentos recorrerem ao passaporte para encontrar mais oportunidades. De acordo com a Federação Brasileira de Futsal, o Brasil fechou 2006 com 547 jogadores atuando no Exterior em situação regularizada. Mas muitos se transferem sem atestado liberatório. Espanha (424) e Itália (72) são os principais destinos. A lista se completa com Bélgica e Rússia (16 cada), Portugal (15) e Cazaquistão (4).
Apesar da preocupação com o quadro geral no país, o ala acredita que as perspectivas na seleção são bastante otimistas.
– A molecada esteve muito bem (no último treinamento). Acho que criamos uma dúvida boa para o PC e a escolha (da equipe para o Pan) vai ser injusta para muitos.
No meio de algumas caras novas que começam a despontar, Falcão tem apenas um desejo: continuidade.
– Espero que esta seqüência comece a criar uma identidade com Dimas, Lucas e tantos outros.
Mas quem seria o sucessor no espaço que é seu e já foi ocupado por Vander e Jackson na confiança esperançosa da torcida brasileira? A resposta ainda não é fácil.
– Temos muitos bons jogadores, mas não consigo apontar um fenômeno. O Dimas é muito bom, mas muito avoado – diz rindo.
– Ele ainda precisa aprender a ter objetivos. É uma coisa que o psicólogo já falou para ele e precisa ser trabalhada.
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