| 14/10/2002 14h39min
Uma reunião extraordinária do Comitê de Política Monetária (Copom) realizada nesta segunda-feira, 14 de outubro, terminou com um reajuste na taxa básica de juros (Selic), que passa de 18% para 21% ao ano. A ação tem como objetivo deter a inflação e foi acatada por unaminidade entre os membros do conselho.
O reajuste foi efetivado no primeiro dia útil depois do anúncio de um pacote de medidas para forçar a baixa do dólar. Com a decisão, os juros atingem o mais alto nível desde julho de 1999. O presidente Fernando Henrique Cardoso recusou-se a comentar a deliberação.
O Copom divulgou nota justificando a decisão devido aos "recentes aumentos de preços e à piora na expectativa de inflação decorrente, principalmente, da depreciação acentuada do câmbio". De janeiro a setembro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula alta de 5,60%, estourando o teto da meta anual, de 5,50%.
Economistas avaliam que a alta dos juros deve encarecer o crédito ao consumidor e às empresas, além de reduzir o crescimento da economia a partir do próximo ano. O aumento também coloca mais pressão sobre a dívida pública do país, que em agosto estava em R$ 622,794 bilhões ou 58% do Produto Interno Bruto (PIB). Desse total, 55,8% era indexado pela taxa Selic e 24,9% pela cotação do dólar.
Foi a primeira vez que o presidente do BC, Armínio Fraga, convocou uma reunião extraordinária do Copom. Na história do comitê, criado em 1996, foi a terceira convocação. As outras aconteceram nas crises da Ásia, em outubro de 1997, e na da Rússia, em outubro de 1998. O Copom volta a se reunir na próxima semana.
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