Alheios à polêmica dos dirigentes dos dois clubes, Botafogo e Vasco decidem nesta quarta-feira, às 21h45min, no Maracanã, o primeiro finalista da Taça Rio. O Alvinegro de General Severiano, que bateu os cruzmaltinos há dez dias, vive um grande momento e venceu cinco de seus seis jogos no segundo turno. Já a equipe de São Januário tenta driblar uma crise interna e uma sequência de quatro partidas sem vitórias.

Em caso de empate, a vaga na final será definida nas cobranças de pênaltis, mesma situação que eliminou o Vasco na mesma etapa da Taça Guanabara diante do Flamengo. O vencedor encara o classificado do jogo de quinta-feira entre Volta Redonda e Cabofriense.

O Botafogo aposta no bom desempenho nos clássicos para se classificar para a final da Taça Rio. Em 2007, o Fogão ainda não perdeu para um tradicional rival. Contra o Vasco, especificamente, ganhou por 2 a 0 quando tudo estava preparado para a festa do milésimo gol de Romário. No ano passado os botafoguenses também tiveram resultados expressivos contra os vascaínos, como triunfos por 5 a 3 e 4 a 1. A última derrota, aliás, foi em 2005.

Apesar do bom retrospecto, o técnico Cuca acredita que as dificuldades serão enormes nesta quarta-feira.

– Acho que estar em vantagem nos últimos confrontos é sempre bom, mas não significa que somos favoritos ou nos dar algum tipo de vantagem para a partida desta quarta-feira. O Vasco vai entrar em campo mordido e disposto a fazer qualquer coisa para conseguir ganhar. Por isso precisamos entrar ligados para não ser surpreendido – disse Cuca.

Para este jogo, Cuca só divulgará a escalação minutos antes da partida, mas, sem problemas, deverá manter a base da temporada. Com isso, o volante Leandro Guerreiro, que estava como titular devido a uma seqüência de desfalques, ficará mesmo no banco de reservas.

Já o Vasco entra em campo para afastar de vez a crise, que tomou conta da equipe nos últimos três jogos, em que colecionou duas derrotas e um empate, que culminou, inclusive, na eliminação da Copa do Brasil. Para evitar uma guerra de declarações entre jogadores e o técnico Renato Portaluppi, a diretoria proibiu as entrevistas desde a última segunda-feira. O clube também antecipou a concentração, que iniciou na noite de segunda, um dia antes do que acontece normalmente quando o jogo é na quarta.

Um dos pivôs da crise, ao acusar Leandro Amaral e Renato de não aguentarem a pressão de um clube grande, o atacante Romário estará de volta ao time no clássico. Mas ao contrário do que aconteceu em suas últimas partidas, o Baixinho evitou falar sobre a possibilidade de marcar seu milésimo gol. A amigos mais próximos, no entanto, o atacante garantiu que estaria motivado a balançar as redes contra o Alvinegro, já que foi provocado pelo volante Túlio após o último clássico entre os dois clubes. E Romário tem um bom retrospecto contra o Glorioso, contra quem já marcou 31 gols, time que mais anotou gols em sua carreira.

Para o jogo desta quarta-feira, o Vasco entrará em campo desfalcado pelo volante Amaral, expulso no domingo contra a Cabofriense. O jogador deve dar lugar a Coutinho. Já o zagueiro Emiliano Dudar volta de suspensão e formará dupla com Fábio Braz que, ao contrário do que se noticiou após o jogo do último domingo, não recebeu o terceiro amarelo. A grande dúvida fica por conta do atacante Leandro Amaral, que sofreu uma pancada no tornozelo e realiza tratamento intensivo. Caso não tenha condições, o artilheiro dá lugar a André Dias.

A favor do Vasco somente o fato de ter sido o único clube a se classificar para a fase final dos dois turnos do Campeonato Carioca. Mas na Taça Guanabara, o time parou nas semifinais, derrotado nos pênaltis pelo Flamengo. Agora, os cruzmaltinos esperam que a história seja diferente.

GAZETA PRESS