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Governo dos EUA diz que Coréia do Norte admite ter programa nuclear

A Coréia do Norte, sob pressão de ''provas'' apresentadas pelos Estados Unidos, reconheceu que há anos desenvolve um programa secreto de armas nucleares, informaram na quarta-feira, dia 16, autoridades do alto escalão do governo norte-americano. Além de violar um acordo de 1994, a revelação pode deflagrar uma nova crise na Ásia.

Uma das autoridades disse, sob condição de anonimato, que o governo dos Estados Unidos acredita que as atividades nucleares da Coréia do Norte "anulam o acordo de 1994''. No tratado, o governo norte-coreano comprometeu-se a paralisar seu programa nuclear. Contudo, as autoridades informaram que o governo do presidente George W. Bush está consultando o Congresso e os aliados mais próximos sobre o assunto, e ainda não decidiu quais serão as próximas medidas a serem adotadas em relação à Coréia do Norte.

A revelação ocorre em meio às tentativas da Coréia do Norte de ampliar a cooperação internacional, aproximando-se, inclusive, da arqui-rival Coréia do Sul. Apesar dos esforços diplomáticos de Pyongyang, o governo Bush está mais céptico em relação às intenções norte-coreanas do que a administração antecessora de Bill Clinton. Para Bush, a Coréia do Norte, ao lado do Irã e Iraque, formam um "eixo do mal'', que desenvolve armas de destruição em massa e incentiva o terrorismo internacional.

Mesmo assim, Bush pode ser forçado a encontrar meios para continuar as negociações com a Coréia do Norte sobre armas nucleares, segundo alguns analistas. Para eles, o desejo de reaproximação do Japão e Coréia do Sul, rivais históricos da Coréia do Norte, pode fazer os Estados Unidos manter as negociações.

Segundo autoridades norte-americanas, o enviado especial dos Estados Unidos a Pyongyang, o secretário-assistente de Estado James Kelly apresentou documentos ao governo norte-coreano que comprovariam a existência dos programas nucleares do país comunista. Oficiais norte-americanos disseram ainda que não poderiam fornecer detalhes sobre o assunto para não comprometer agentes de inteligência e os métodos aplicados. Entretanto, afirmam, trata-se "claramente de um programa que forneceria material que poderia ser usado em armas nucleares''. As informações são da agência Reuters.


 
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