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 | 17/10/2002 08h51min

Aumenta para seis o número de mortos nas Filipinas

Bombas supostamente colocadas por extremistas islâmicos mataram seis pessoas e feriram cerca de 150 no principal bairro comercial de uma cidade cristã do sul das Filipinas, na quinta-feira. Gritos de "há uma bomba'', "outra explosão'', "corre, corre'' encheram as ruas na hora do almoço, enquanto a multidão em pânico deixava para trás os destroços e corpos mutilados.

A polícia suspeita principalmente do grupo islâmico Jemaah Islamiah, que aparentemente mantém relações com a rede Al-Qaeda, de Osama bin Laden. As explosões em Zamboanga, onde atuam separatistas muçulmanos, acontecem poucos dias depois de uma série de ataques que mataram mais de 180 pessoas em Bali, na vizinha Indonésia. A Jemaah Islamiah também é suspeita daqueles ataques.

A prefeita de Zamboanga, Maria Clara Lobregat, disse que ''muito provavelmente'' há a participação de grupos islâmicos no atentado.

– Eles são os únicos que fariam isso. Só podemos chorar sobre o que esses terroristas fizeram – afirmou.

O governo local disse que o saldo de vítimas pode aumentar porque dois feridos estão em estado grave. Testemunhas disseram que um homem morto teve a cabeça decepada. Nos últimos anos, Zamboanga sofreu vários atentados cometidos pela guerrilha separatista muçulmana Abu Sayyaf, também possivelmente ligada à Al-Qaeda.

Os Estados Unidos mantêm cerca de 260 militares naquela região. Há duas semanas, uma bomba em um karaokê matou um soldado norte-americano e dois civis filipinos. A polícia atribuiu o atentado ao Abu Sayyaf. A primeira bomba da quinta-feira explodiu ao meio-dia (1h em Brasília), no centro comercial Shop-o-Rama. Várias lojas e veículos foram danificados, e a polícia retirou corpos desfigurados de dentro das vitrines.

Trinta minutos depois, quando a zona já estava isolada pelos policiais, explodiu outra bomba. Duas outras bombas foram encontradas nos arredores e detonadas pela polícia de forma controlada. Zamboanga, de 700 mil habitantes e a 860 quilômetros de Manila, fica no sul da ilha de Mindanao, onde guerrilhas islâmicas lutam pela independência há mais de três décadas.

Nessa ilha vivem a maioria dos 4 milhões de muçulmanos das Filipinas – 5 por cento do total da população, majoritariamente católica. No domingo, o governo filipino condenou o ataque de Bali, a que chamou de "ato de terrorismo'', e anunciou medidas de segurança. As informações são da agência Reuters.

Divulgação / Reuters

Governo local suspeita da participação de extremistas islâmicos
Foto:  Divulgação  /  Reuters


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