| 19/04/2007 10h32min
A imprensa esportiva argentina compara hoje, pela primeira vez em mais de 20 anos, o gol épico de Diego Maradona contra a Inglaterra na Copa do Mundo de 1986, no México, com o que Lionel Messi marcou na quarta contra o Getafe. Nas manchetes, crônicas e comentários, a mídia de Buenos Aires coloca o talento e o virtuosismo dos dois jogadores no mesmo nível.
Para os argentinos, Messi acabou com qualquer dúvida sobre sua semelhança com Maradona ao dar um drible endiabrado em cima de rivais e marcar o gol na partida da Copa do Rei em que o Barcelona venceu por 5 a 2. O jornal La Nación estampa na capa: "Um golaço de dois séculos. Em uma jogada magistral, Messi rememorou o gol que Diego Maradona fez contra a Inglaterra no México; uma nova semelhança entre os dois jogadores que têm vários pontos em comum em suas carreiras".
O periódico prossegue: "Impossível não se entusiasmar. A imagem se repete. Outro uniforme, a mesma jogada. Lionel Messi não tinha nascido quando Diego Maradona fez o melhor gol do século XX. Hoje, tem méritos para se apropriar deste título no século XXI".
"Com Diego Maradona passando por um momento complicado com relação a sua saúde, Messi, talvez sem querer, lhe fez a melhor homenagem que poderia ter feito", afirma o jornal Clarín, que estampa na capa: "Messi. O dia no qual foi Maradona".
O jornal esportivo Olé afirma que "tiveram que transcorrer 20 anos, nove meses e 26 dias até que alguém se atrevesse a (quase) repetir o segundo gol de Diego Maradona contra a Inglaterra no México (1986)". O Olé indica que de hoje em diante se multiplicarão as vozes daqueles que afirmarão ter visto ao vivo a obra de arte de Messi: "Dentro de uma década serão muitos mais de 53.599 os torcedores que dirão que estiveram no Camp Nou para ver a partida de ida das semifinais da Copa do Rei".
Segundo o "Crónica", o jogador do Barcelona "fez um gol melhor que o de Maradona contra os ingleses", enquanto o "Diário Popular" afirma que o jogador "prestou uma homenagem a Pelusa (Maradona) com um gol carregado de velocidade, beleza e magia".
A imprensa da capital argentina também divulga hoje declarações de Julio Grondona, presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), que sem nomear criticou o ex-técnico argentino José Pekerman por não escalar Messi contra a Alemanha nas quartas-de-final do Copa de 2006, quando a seleção argentina perdeu nos pênaltis.
– Messi não é um jogador para ficar no banco. Depois, o tempo passa e não se pode voltar atrás – disse o dirigente.
Vários ex-jogadores campeões mundiais com a Argentina no México (1986) também comentaram a jogada. Ricardo Bochini disse que "foi um golaço. Uma barbaridade. De Messi se pode esperar qualquer coisa". Jorge Valdano comentou que a referência imediata, inevitável, a que sai da garganta assim que se vê o gol, é a associação com a grande obra de Diego. Aquilo (o de Maradona), claro, ocorreu em um contexto diferente. Mas assim como o de Messi, foi extraordinário".
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