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Autoridades brasileiras reforçam controle nas fronteiras

Documento do serviço secreto israelense ao governo argentino alerta sobre atentados

O relatório do serviço secreto israelense entregue ao governo argentino chamando a atenção para a possibilidade de atentados da Al-Qaeda ou do Hezbollah na Argentina e região, deixou os países da Tríplice Fronteira (Argentina, Brasil e Paraguai) em alerta nesta sexta, dia 18. Autoridades policiais brasileiras de cidades na fronteira com a Argentina reforçaram o controle do trânsito de pessoas.

O conteúdo do relatório foi divulgado na edição desta sexta do jornal El Clarín, com sede em Buenos Aires. O governo argentino teria inclusive decretado alerta nacional, segundo o jornal. Em Brasília, uma fonte do Departamento de Inteligência da PF lembrou que sempre que é feito um alerta por um serviço de inteligência de um país aliado, como é o caso de Israel, automaticamente coloca-se em prática uma série de procedimentos com objetivo de dificultar qualquer ação terrorista na região.

Desde 11 de setembro, as principais capitais do mundo permanecem constantemente em estado de alerta. O atentado em Bali, na Indonésia, no último sábado, reforçou as preocupações.

No texto do memorando entregue ao governo argentino, o alvo de um eventual ataque não é especificado. O relatório indica que a ação seria perpretada pela Al-Qaeda, a rede de Osama bin Laden. O governo da Argentina sustenta, porém, que não há atividade da Al-Qaeda na região, mas sim do Hezbollah, grupo que tem sede no Líbano e luta contra Israel. Praticamente todas as informações que constam no memorando são de integrantes do Mossad, o serviço de inteligência israelense, que operam em Buenos Aires. Não são mencionadas fontes americanas no texto, embora o relatório indique que multinacionais com sede no Paraguai, como a Cargill e a Archer Daniels Midland (ADM), receberam advertências parecidas há algum tempo de suas sedes em Minneapolis e Illinois, respectivamente.

Como o alvo não foi em nenhum momento especificado, o chanceler argentino, Carlos Ruckauf, enviou ao Ministro do Interior, Jorge Matzkin, um boletim elaborado por fontes da inteligência em que são apontados locais que deveriam manter um especial cuidado. Entre eles estão hotéis, centros turísticos, aeroportos e sedes de multinacionais, especialmente de origem israelense, alemã, francesa ou americana. Empresas de abastecimento de água, distribuição de gás ou do setor de energia também são apontadas como possíveis alvos.

O memorando também alerta para a possibilidade de um "terceiro atentado" na Argentina. O país já sofreu dois graves ataques: um foi contra a embaixada de Israel, em 1992, que matou 30 pessoas, e outro contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), em 1994, que deixou 86 mortos.

 
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