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No esperado pronunciamento em seu horário eleitoral da noite deste domingo, dia 20, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse que a eleição de seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deixaria o Brasil diante de duas possibilidades: "estelionato eleitoral" ou "ruína".
– Ou ele cumpriria seus compromissos recentemente assumidos com os empresários e estaríamos, assim, diante do maior estelionato eleitoral, depois da eleição de Collor, ou, se tentasse cumprir suas promessas mágicas com a população,levaria o Brasil à ruína – disse o tucano.
Durante mais da metade dos 10 minutos reservados a seu programa, o tucano atacou Lula por fazer "discursos diferentes, para públicos diferentes", e disse que tais palavras "parecem promover a união, mas, na prática, só produzem frustração". Apesar das palavras, Serra disse que não pretendia "vender Lula como um demônio perigoso". Segundo ele, Lula "também não é um santo", mas um candidato como ele próprio, e por isso deve ser questionado, aproveitando para criticar a ausência de Lula nos debates para o segundo turno.
O ataque de Serra acabou servindo como resposta às palavras de Lula, que teve o programa exibido antes e também falou diretamente aos eleitores, ocupando também mais da metade de seu espaço. Ele disse que nesta eleição – "talvez a mais importante eleição da nossa história" –, definiu que o povo "não quer mais errar", pois sempre "arca com a maior fatia de sacrifício".
Depois, afirmou que o Brasil está diante de uma crise séria e criticou a política econômica do governo, citando o aumento da dívida pública como "uma tremenda bola de neve" que faz faltar dinheiro para projetos sociais e investimentos de de infra-estrutura.
No momento mais contundente de sua fala, o petista disse:
– Diante da possibilidade real de vencer as eleições, não posso permitir que a equipe econômica tente fugir da responsabilidade pela crise.
Lula chamou de "inaceitável" a "tática usada pelo candidato do governo, que tenta de forma absolutamente irresponsável amedrontar o povo brasileiro". Disse que Serra foi responsável pela "desastrada política de privatizações". Lula voltou a falar de "pacto social" e disse que economistas, empresários e sindicalistas já estão conversando com sua equipe de trabalho para definir maneiras de fazer o país retomar o crescimento econômico.
– Não sou um homem só e não pretendo governar sozinho – disse, prometendo fazer um governo "de paz, sem mágoas e sem rancores, que terá como marca registrada o entendimento e a negociação".
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