| 22/10/2002 10h30min
A Alemanha iniciou na terça-feira, dia 22, o primeiro julgamento em todo o mundo relacionado aos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. O réu é um marroquino acusado de colaborar nos cerca de 3.000 homicídios resultantes dos ataques. Mounir El Motassadeq, 28, ex-estudante de engenharia elétrica, supostamente pertencia a uma célula de militantes islâmicos em Hamburgo, no norte de Alemanha, onde viveram vários dos sequestradores de 11 de setembro.
Preso em novembro do ano passado, Motassadeq pode ser condenado até à prisão perpétua. Na terça-feira ele deve ouvir as acusações em uma sala com portas de aço da Corte Suprema Regional de Hamburgo, que foi reformada para acomodar os jornalistas que acompanham o caso. A polícia da cidade entrou em alerta, e vários quarteirões em torno do tribunal foram isolados. O julgamento só deve acabar em 2003.
O marroquino é acusado de ter ajudado o líder dos sequestradores, Mohammed Atta, no planejamento dos ataques. Ele teria permanecido em Hamburgo para dar apoio logístico ao grupo e movimentar uma conta bancária dos militantes. O promotor Kay Neym disse que Motassadeq era "uma engrenagem sem a qual todo o negócio não teria funcionado''.
– Ele estava a par dos objetivos da organização, quis participar dos ataques terroristas e ajudou no planejamento e na execução desses ataques por meio de um grande número de atividades – afirmou Neym no indiciamento.
Os promotores também acusam um alemão de origem marroquina, o foragido Said Bahaji, de ter dado apoio logístico aos militantes de 11 de setembro. Motassedeq também é acusado de ter sido treinado pela Al-Qaeda entre maio e agosto de 2000. Hamburgo, a segunda maior cidade da Alemanha, tem cerca de 200 mil muçulmanos entre seu 1,7 milhão de habitantes. As informações são da agência Reuters.
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