O presidente Fernando Henrique Cardoso se comprometeu a discutir com o novo governo quaisquer alterações que sejam necessárias no atual acordo com o FMI durante os próximos meses. Ele também se dispôs a enviar para aprovação do Congresso ainda neste ano o nome do futuro chefe do Banco Central que for indicado pelo presidente eleito.

– Nós não faríamos nada sem a consulta do presidente eleito. Isso é muito mais preponderante para a equipe do presidente que começa a trabalhar no ano que vem – afirmou o ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, ao divulgar nesta quinta-feira as regras gerais para a formação da equipe de transição, que serão publicadas no Diário Oficial do dia seguinte.

Parente garantiu que Fernando Henrique vai discutir com o novo presidente brasileiro todos os pontos importantes do acordo com o Fundo Monetário Internacional, incluindo eventuais alterações na necessidade de superávit primário do ano que vem. A medida provisória que será publicada na sexta-feira estabelece a criação de 50 cargos na equipe de transição do futuro presidente, que serão efetivados dois dias úteis após o resultado oficial das eleições.

A equipe de transição vai ser instalada no centro de treinamento do Banco do Brasil e terá um coordenador, também indicado pelo presidente eleito. Se o coordenador indicado for um parlamentar, ele será nomeado para o cargo de ministro extraordinário pelo atual presidente, para não ser obrigado a renunciar ao mandato.

Todos os custos serão arcados pela Presidência, incluindo gastos administrativos e passagens. Os cargos em comissão terão validade a partir de sexta-feira próxima e deverão estar vagos "obrigatoriamente" no prazo de até 10 dias contados da posse do candidato eleito. Os salários variam de R$ 8 mil a R$ 1,22 mil e serão pagos pelo Tesouro Nacional.

Parente confirmou que, na próxima terça-feira, Fernando Henrique se encontra com o presidente eleito para "estabelecer todas as regras do jogo'', ou seja, outros itens que não estão estabelecidos na medida provisória. As informações são das agências Reuters e Brasil.