| 11/05/2007 07h50min
A empresa Charneski Auditores & Consultores foi contratada pelo Inter para realizar auditoria avaliando o balanço do clube em 2006. O resultado foi alarmante. Segundo a empresa, o Colorado soma dívidas de R$ 143,4 milhões – R$ 85,7 milhões de longo prazo, R$ 56 milhões de curto prazo, e R$ 1,7 milhão de patrimônio líquido do clube.
As contas serão levadas para o Conselho Deliberativo no próximo dia 28. Responsável pelo planejamento estratégico alvirrubro, o 2º vice-presidente, Mário Sérgio Martins, contesta o resultado da pesquisa. Segundo ele, a dívida de curto prazo é de R$ 25 milhões, pois os R$ 31 milhões restantes já foram registrados no dia 31 de dezembro como rubricas para pagamentos da folha, de demandas trabalhistas, e FGTS em atraso. Para isso, o Inter conta com a aprovação da Timemania no Senado.
Martins assegura que o clube é viável. Segundo ele, a dívida de longo prazo estaria toda ela contemplada no Refis, o programa do governo federal para refinanciamento de dívidas fiscais. O problema é que o Inter foi excluído do Refis através de portaria publicada há 10 dias no Diário Oficial da União pelo Comitê Gestor do Refis. A alegação foi a falta de pagamento por três anos de tributos como INSS, FGTS e Imposto de Renda retido na fonte e não repassado.
Para ingressar no programa, o clube se compromete a pagar em dia as parcelas do Refis, desembolsando cerca de R$ 70 mil mensais, e demais obrigações fiscais. Fora do Refis, o Inter poderia ser executado a qualquer momento pelo passivo de longo prazo. O clube conta com a aprovação da Timemania para sanar as dívidas com a União.
Martins confia que o Colorado voltará ao Refis. Ele alega que a direção não foi notificada da exclusão, logo, não poderia ter sido retirado do programa por meio de portaria. O Inter Ingressou com liminar junto ao TRF de Brasília, para obter mandado de segurança e, assim, voltar ao Refis. Perdeu em primeira instância. Agora, tentará a liminar em segunda instância.
– O Refis não nos preocupa. Assim que tivermos a chance de esclarecer a situação, voltaremos ao programa. Além disso, a questão está sub judice, o que impede qualquer execução – justificou Martins.
Apesar das explicações da direção, conselheiros admitem que o Inter investiu mal os recursos obtidos no ano passado. Os R$ 28 milhões das vendas de Tinga, Bolívar, Jorge Wagner, Sobis e jogadores da base, mais os R$ 13 milhões com arrecadações e prêmios da Libertadores e do Mundial, foram gastos em pagamentos de bicho extra, aumento salarial para os campeões mundiais, além de R$ 1,5 milhão despedidos na construção do Centro de Eventos. Isso teria colaborado para que as dívidas de 2005, R$ 38 milhões a curto prazo, e R$ 79 milhões a longo prazo, pulassem para R$ 56 milhões e R$ 85,7 milhões, respectivamente.
A folha de janeiro teria sido paga graças à venda de Luiz Adriano para o Shaktar Donetsk, da Ucrania, por € 1,5 milhão. Além disso, o Inter estaria gastando R$ 3 milhões com os salários dos jogadores, e não R$ 1,8 milhão, como informa a direção.
– A verdade é que a situação financeira do Inter é caótica. A solução seria criar um condomínio de credores, assim como fez o Grêmio, a fim de transformar as dívidas de curto prazo de longo prazo – sugeriu um conselheiro com acesso às contas do clube.
Martins retrucou:
– A oposição procura a imprensa, mas na hora de falar ao Conselho, porém, ninguém aparece. Está tudo sob controle. Somos o time mais bem administrado do Brasil, e, temos, sim, dinheiro para contratações.
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