O Iraque disse na sexta-feira, dia 25, que o projeto de resolução dos Estados Unidos junto à Organização das Nações Unidas (ONU) transformaria os inspetores de armas do organismo em espiões a serviço dos planos de guerra norte-americanos. A proposta dos EUA foi apresentada aos 15 países-membros do Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira e pode ser votada na próxima semana.

Os inspetores de armas, enviados para o Iraque depois da Guerra do Golfo (1991), deixaram o país árabe em 1998. O governo norte-americano quer aprovar uma resolução dura para retomar as inspeções em busca de armas químicas, biológicas e nucleares supostamente armazenadas pelo governo iraquiano. O jornal Al Thawra, oficial, disse em um editorial de primeira página: 

– O texto do projeto transforma as inspeções em pirataria e os inspetores de armas em uma gangue de mafiosos e em ferramentas da espionagem. Tudo isso viola a soberania do Iraque, a dignidade e os direitos do país e mina a segurança nacional iraquiana – acrescentou a publicação.

O Conselho de Segurança deve debater a proposta de resolução dos EUA pela primeira vez na sexta-feira. A Rússia e a França mostraram-se insatisfeitas com o texto, sob o argumento de que a resolução poderia autorizar uma ação militar antes de os inspetores apresentarem um relatório inicial sobre seus trabalhos.

A proposta dos EUA, que conta com o apoio da Grã-Bretanha, concede aos inspetores grandes poderes e privilégios na caça por sinais de programas de armas de destruição em massa no Iraque. O ministro das Relações Exteriores do país árabe, Naji Sabri, disse na quinta-feira que o projeto norte-americano assemelhava-se a uma declaração de guerra. As informações são da agência Reuters.