| 26/10/2002 13h07min
A coligação Lula Presidente, liderada pelo PT, montou um esquema especial para fiscalizar a apuração das eleições no segundo turno para detectar irregularidades, informou o comitê da campanha em entrevista coletiva.
– Se houver alguma falha ou procedimento incoerente, vamos pegar – afirmou Joaquim Soriano, coordenador do recém-criado Núcleo Estratégico de Apuração da Campanha.
O PT, segundo Soriano, não está prevendo ou temendo algum grande esquema de fraude no pleito, mas acha que a apuração eletrônica precisa ser observada de perto para a identificação de falhas e aprimoramento do sistema.
– Encontramos várias incongruências no primeiro turno que não comprometeram a eleição presidencial, mas que podem ter alterado a eleição para a Assembléia Legislativa, onde mil votos, por exemplo, podem fazer diferença – disse Soriano.
Entre as incongruências que o PT diz ter detectado, estão algumas urnas com códigos alterados. Soriano diz que a diferença entre os códigos apresentados pela Justiça Eleitoral antes do pleito e os códigos registrados no boletim final de apuração de cada urna pode ter ocorrido porque urnas quebraram e foram substituídas.
O PT vai fazer uma fiscalização do pleito por amostragem, acompanhando a totalização de votos de 4.500 urnas. O Núcleo Estratégico de Apuração da Campanha, instalado no comitê central de Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo, vai comparar os boletins de urna enviados pelos fiscais do partido com os resultados divulgados pela Justiça Eleitoral.
O núcleo também vai usar os resultados enviados pelos fiscais, as pesquisas de opinião da véspera e as sondagens de boca-de-urna para obter uma projeção do resultado final num prazo de até duas horas após o fechamento das urnas.
A coordenadora jurídica da campanha, Stella Bruna, disse que o partido vai exigir da Justiça Eleitoral o cumprimento dos prazos legais para a divulgação dos dados parciais da totalização eletrônica. Segundo ela, a demora de até seis dias na entrega dos resultados por alguns Tribunais Regionais Eleitorais prejudicou a auditoria do partido no primeiro turno.
Pela lei, as cópias dos dados parciais devem ser colocadas à disposição dos partidos e coligações após às 23h e antes das 24h do dia da votação e devem ser atualizadas a cada quatro horas até a conclusão da totalização.
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