| 14/05/2007 19h01min
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reúne-se nesta terça-feira com os líderes partidários para discutir a pauta de votações do Plenário e decidir sobre a instalação das CPIs que deverão investigar a crise no setor aéreo e a ação das organizações não-governamentais (ONGs). O prazo para que os partidos indiquem seus representantes nas duas CPIs encerra-se exatamente nesta terça-feira.
Os senadores estão preocupados com a possibilidade de o funcionamento dessas comissões atrapalhar a votação das 14 medidas provisórias que estão na pauta, sendo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O presidente do Senado afirma que já há um acordo para votar as proposições do PAC, mas diz que ainda vai decidir com os líderes partidários que matérias terão prioridade de votação.
– Estou conversando com os líderes e na reunião nós vamos acertar tudo isso – afirmou Renan na semana passada.
Na mesma ocasião, em defesa do melhor aproveitamento do tempo no Senado, Renan voltou a recomendar que as votações em Plenário passem a começar às 14h e não às 16h, como acontece atualmente.
– Tão logo concluamos o acordo, experimentaremos essa hipótese – anunciou.
O líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), que se preocupa com o trabalho das CPIs simultaneamente à votação do PAC, mantém o entendimento de que, no caso da CPI do Apagão Aéreo, uma comissão mista realizaria um trabalho mais racional. Em sua opinião, duas comissões investigando a questão ao mesmo tempo, na Câmara e no Senado, terminarão por ouvir as mesmas pessoas e com os mesmos objetivos.
Raupp, contudo, já tem os nomes dos senadores do PMDB que indicará para as CPIs na reunião desta terça-feira. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também disse que já tem as indicações do Bloco de Apoio ao Governo para as duas CPIs. Até agora, apenas PSDB e DEM anteciparam-se em fazer as indicações para as duas comissões.
Autor do requerimento de CPI das ONGs, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) tem cobrado agilidade dos partidos para a instalação dessa comissão, alegando que se multiplicam as irregularidades relacionadas ao repasse de dinheiro público para organizações não-governamentais.
– As denúncias continuam chegando. Em alguns locais, nem as Forças Armadas conseguem ter acesso às regiões de atuação das ONGs – observou Heráclito.
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