| 29/05/2007 11h42min
A dívida do Inter chega a R$ 150 milhões, mas é perfeitamente administrável nas palavras do ex-presidente Fernando Carvalho. Em reunião realizada nesta segunda, o conselho deliberativo aprovou o balanço financeiro do clube com 244 votos a favor e três contra. Em entrevista ao clicRBS nesta terça, o ex-dirigente explicou que R$ 95 milhões desse montante serão pagos com o Refis - Programa de Recuperação Fiscal -, ao qual o Colorado se reintegrará, e R$ 22 milhões com o Timemania. O restante da quantia já está sendo negociado e é referente a dívidas com tributos, fornecedores, fundo de garantia, salários e antecipação de contrato de TV.
– Não estão contabilizados no balanço do clube que será publicado em jornal os direitos econômicos em relação ao grupo de jogadores que supera R$ 100 milhões e outras receitas tais como: seguro do Maicon Librelato. Enfim, o Internacional é um clube plenamente administrável e está em situação financeira superior a 90% dos clubes brasileiros – explicou.
Questionado sobre como o Inter chegou a essa dívida, Carvalho declarou que o problema não foi gerado na última gestão, mas vem de anos. Sobre o Refis o clube tentará se reintegrar ao programa por meio de liminar. Se isso não ocorrer, já há uma alternativa para o renegociamento dos R$ 95 milhões:
– O Internacional provavelmente conseguirá se reintegrar ao Refis. Nos próximos 10 dias, haverá decisão em um processo judicial que buscará essa hipótese. Caso isso não seja obtido, a dívida relativa ao Refis, em torno de R$ 95 milhões, será quitada com o Timemania, nova legislação, já promulgada e em fase de regulamentação – declarou.
Os internautas do clicRBS não pouparam o ex-presidente da pergunta que mais intriga a torcida colorada no momento: a queda de rendimento da equipe após a conquista do título mundial. Carvalho destacou que todos sabiam o quão difícil seria manter o nível de 2006. Para ele, vários fatores contribuíram para o Colorado ter um começo de temporada ruim:
– O retorno atrasado em relação aos demais clubes retardou nossa condição para enfrentar as competições. A saída do treinador Abel em meio à temporada enseja a troca de comando, o que sempre causa problemas de adaptação do novo comando, enfim acabamos tento um mal início de 2007. Mesmo diante disso, temos todas as condições de retomar nossa condição de competitividade e buscar as primeiras posições do brasileiro e na própria Recopa – salientou.
Ao comentar sobre a vinda de reforços, o conselheiro disse que mudanças sucessivas acabam levando à insegurança, desconfiança e ao rendimento baixo de todo o grupo.
– O Gallo foi contratado há menos de um mês, ainda está implementando seu trabalho, na fase inicial, os próprios torcedores o estão conhecendo. Da mesma forma que o vice de futebol Giovanni Luigi, que é um dirigente que tem vivência do clube e saberá equacionar da melhor maneira as dificuldades que hoje atravessamos – afirmou.
Carvalho disse ainda que, por enquanto, não pensa em voltar à presidência do clube:
– Primeiro, pelo fato de não estar aberto o processo eleitoral e segundo, porque o atual presidente Vitório Piffero tem o direito de concorrer novamente ou indicar alguém para sucedê-lo, cujas as decisões eu me submeterei – justificou.
Ana Maria Acker
ana.acker@rbsonline.com.br
Pergunta clicRBS - Bom dia, Fernando Carvalho. Como foi a reunião do conselho que analisou as contas do Inter nesta segunda? Afinal, de quanto é a dívida do clube?
Fernando Carvalho - Foi uma reunião normal, onde houve várias indagações, discussões sobre temas polêmicos e esclarecimentos, principalmente dúvidas, que indevidamente pararam na mão da imprensa antes da reunião do Conselho, criando uma imagem negativa para o clube no que diz respeito ao tamanho de sua dívida. Na reunião, compareceram
247 conselheiros, e as contas foram aprovadas com três votos contra, e sem
justificativa por parte dos conselheiros renitentes. A dívida do clube realmente é em torno de R$ 150 milhões, dos quais de R$ 95 milhões, estarão cobertas pelo Refis ao qual o Internacional se reintegrará, R$ 22 milhões coberto pelo Timemania, que entrará em vigor nos próximos dias. Dívidas essas com tributos e fundos de garantia, em torno de R$ 5 milhões de reais já pagos relativos à gratificação do Mundial, salários, férias e tributos incidentes do mês de janeiro de 2007, em torno de R$ 28 milhões, dívidas de curto prazo, das quais em torno de R$ 5 milhões equivale à antecipação do contrato de televisão com a Rede Globo, que é feita para todos os clubes há mais de 10 anos. Em torno de R$ 10 milhões são débitos com clubes, fornecedores e até mesmo rescisões de contratos de atletas ainda pendentes, que estão equacionadas embora vencidas e outros R$ 12 a R$ 13 milhões a vencer durante o ano. Não estão contabilizados no balanço do clube que será publicado em jornal os direitos econômicos em relação ao grupo
de jogadores que supera 100 milhões de reais e outras receitas tais como: seguro do Michael Librelato. Enfim, o Internacional é um clube plenamente administrável e está em situação financeira superior a 90% dos clubes brasileiros.
Pergunta de Deco Scota – Como o senhor avalia o ano de 2006, fazendo uma comparação com 2007?
Fernando Carvalho - O ano de 2006 foi culminante para um trabalho que buscava conquistar os títulos que os colorados não obtiveram ao longo da história. Conseguimos êxito na proposta, e sabíamos que a seqüência seria muito difícil pela ambição que se criou.
Pergunta clicRBS - Está certo que o Inter conseguirá se reintegrar ao Refis? Existe outra alternativa para quitar a dívida, caso isso não ocorra?
Fernando Carvalho - Sim. O Internacional provavelmente conseguirá se reintegrar ao Refis. Nos próximos 10 dias, haverá decisão em um processo judicial que buscará
essa hipótese. Caso isso não seja obtido, a dívida relativa ao
Refis, em torno de R$ 95 milhões, será quitada com o Timemania, nova legislação, já promulgada e em fase de regulamentação.
Pergunta clicRBS - Como o clube chegou a uma dívida de R$ 150 milhões?
Fernando Carvalho - O Inter chegou a uma dívida de R$ 150 milhões ao longo da sua história. Não é uma dívida dos últimos cinco anos. Porém, como se disse, é plenamente administrável e superior a 90% dos clubes brasileiros em termos de situação.
Pergunta de Henrique – O Inter está precisando de um homem de pulso forte, com experiência e que conheça futebol, ou como vice, ou como treinador. O senhor não acha que alguma mudança mais profunda precisa ser feita?
Fernando Carvalho - Algumas alterações tiveram que ser feitas, o retorno atrasado em relação aos demais clubes retardou nossa condição para enfrentar as competições, a saída do treinador Abel em meio a temporada, enseja a troca de comando, o
que sempre causa problemas de adaptação do novo comando,
enfim acabamos tento um mal início de 2007. Mesmo diante disso, temos todas as condições de retomar nossa condição de competitividade e buscar as primeiras posições do brasileiro e na própria Recopa.
Pergunta clicRBS - O senhor não acha que o clube errou ao não contratar reforços no começo da temporada?
Fernando Carvalho - Na verdade, mudanças sucessivas acabam levando à insegurança, desconfiança e ao rendimento baixo de todo o grupo. O Gallo foi contratado há menos de um mês, ainda está implementando seu trabalho, na fase inicial, os próprios torcedores o estão conhecendo, da mesma forma que o vice de futebol Giovanni Luigi, que é um dirigente que tem vivência no clube e saberá equacionar da melhor maneira as dificuldades que hoje atravessamos.
Pergunta de guest - Presidente, existe a possibilidade do senhor voltar a concorrer à presidência do Inter?
Fernando Carvalho - Nesse momento, não
estou vislumbrando essa possibilidade. Primeiro, pelo fato de
não estar aberto o processo eleitoral e segundo, porque o atual presidente Vitório Piffero tem o direito de concorrer novamente ou indicar alguém para sucedê-lo, cujas as decisões eu me submeterei.
Pergunta clicRBS – Existe um planejamento para evitar que essa dívida aumente. Não seria o caso de enxugar ainda mais o plantel visto a alta folha de pagamento?
Fernando Carvalho - Não, não acho. Pois para ser competitivo deve ter o plantel qualificado e com um número nunca inferior a 30 jogadores. E também não acho que a dívida do Inter seja assustadora, pois com a venda de dois jogadores, ela está resolvida.
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