| 30/05/2007 10h03min
O manda-chuva da Fórmula-1, Bernie Ecclestone, espera que a McLaren receba uma dura multa se for comprovada a quebra do regulamento esportivo por parte da equipe. A FIA abriu um inquérito para apurar se a escuderia inglesa deu ordens a Lewis Hamilton para diminuir seu ritmo no final da corrida, beneficiando, assim, seu companheiro, Fernando Alonso. Como as ordens de equipes foram banidas da F-1 desde 2002, quando a Ferrari ordenou ao brasileiro Rubens Barrichello que deixasse Michael Schumacher vencer o GP da Áustria, Ecclestone afirma que se a McLaren for considerada culpada, a equipe terá sorte se receber apenas uma multa.
– Não sei quais são ou foram as ordens – disse Ecclestone ao jornal Daily Mail. – Uma coisa é certa: se houve alguma ordem do time relacionada à posição dos dois pilotos, se alguém foi obrigado a manter sua posição, isso é contra todas as regras esportivas que temos. Assim, eles terão sorte se receberem a mesma multa que a Ferrari, pois eles poderiam ser excluídos do campeonato ou perder pontos – avisa o inglês, eximindo os pilotos da McLaren de qualquer culpa.
– Se houve instruções, não foi culpa dos pilotos. Se estou correndo para você e você me diz para ficar onde estou e não ultrapassar o carro da frente, o que posso fazer? É quem dá as ordens que deve ser punido – disse Ecclestone.
No entanto, o chefe da McLaren, Ron Dennis, disse logo após a corrida que o time não deu nenhuma ordem.
– Não temos ordens, tínhamos uma estratégia para vencer esta corrida. Não dou desculpas para instruir meus pilotos a diminuírem seu ritmo depois da primeira parada e efetuar nossa tática – explicou.
Vários nomes da F-1 respaldam a posição da McLaren. O co-proprietário da Williams, Patrick Head, por exemplo, diz que a influência de uma equipe sobre o resultado não se dá necessariamente através de ordens.
– Isto pode acontecer de várias maneiras, não apenas com instrução aos pilotos – disse o dirigente á Gazzetta dello Sport. – Temos os pit stops, níveis de combustível e especificações do carro. Um time que domina em Mônaco, como a a McLaren e a Ferrari nos últimos anos, e que deixa seu pilotos à própria sorte deve ser responsabilizado se acontecer algum acidente. Mas se tal dominância acontecer uma ou duas vezes por ano, acho que a equipe não deve ser criticada por tentar garantir o máximo de pontos – defende Head.
Na mesma direção de Patrick Head, o sócio da Toro Rosso, Gehard Berger, diz que a corrida do último fim de semana em nada teve a ver com a polêmica ocorrida no GP da Áustria de 2002.
– O que aconteceu em Mônaco é muito diferente do que houve em Zeltweg. Um time pode instruir seus pilotos para manter suas posições – disse o austríaco.
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