O aumento no preço da gasolina comum em 12,09% nas refinarias, anunciado pela Petrobras na sexta-feira, dia 1º, para vigorar a partir desta segunda, dia 4, chegou primeiro ao consumidor. Nos últimos três dias, dois aumentos sucessivos elevaram em 11,53%, em média, o preço do combustível, aponta levantamento realizado por Zero Hora na sexta-feira e ontem em 26 postos da Capital.

Sobem também na refinaria outros sete produtos além da gasolina, entre eles o gás liquifeito de petróleo (GLP) ou gás de cozinha (16,6%), o óleo diesel (20,5%), o querosene de aviação (14,8%), o GLP industrial (14,8%), o óleo combustível (11%), a nafta petroquímica (8,75%) e o gás natural (21,05%). O aumento de 21,97% no preço do álcool anidro, anunciado na quinta-feira, foi responsável por reajuste médio da gasolina de 4,84% em Porto Alegre, apontou outra pesquisa de ZH, realizada sexta-feira.

O produto é adicionado pelas distribuidoras à gasolina vendida ao consumidor na proporção de 25%. Com o anúncio da Petrobras de que a gasolina subiria 12,09% nas refinarias na segunda-feira, muitos postos mudaram os preços no sábado ou no domingo. Os postos são livres para fixar seus preços e, no fim de semana, vários cobravam mais de R$ 2 por litro. A variação média apurada por ZH, entre os valores cobrados na sexta-feira e os verificados ontem, atingiu 6,38%.

Adão Oliveira, vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Estado (Sulpetro), justifica a alta antecipada, afirmando que muitos postos não conseguiram encher seus tanques no sábado por causa do feriado e, se mantivessem os preços antigos, corriam o risco de ficar sem combustível.

– Registramos uma corrida aos postos na semana passada – disse Oliveira. – O posto sem estoque grande que cobrasse o preço antigo, além de poder ficar sem gasolina para vender, tomaria prejuízo duplo na segunda (hoje), pois a reposição será com preço novo.

O dirigente do Sulpetro acrescentou que os preços costumam demorar até uma semana para se estabilizar, por causa da concorrência. Estabelecimentos do Interior seguiram o comportamento dos revendedores da Capital e aumentaram a gasolina no fim de semana. Em Pelotas, no sábado à tarde, já havia postos com preços reajustados e com a gasolina comum custando mais de R$ 2,20 por litro.

O susto fez os consumidores rodarem pela cidade atrás de valores mais atraentes. Em alguns locais ainda havia combustível a R$ 1,98 o litro. Em cinco estabelecimentos pesquisados ontem à tarde, a média de preço ficou em R$ 2,19. O valor mais alto constatado foi R$ 2,29.

PEDRO DIAS LOPES