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 | 13/06/2007 11h30min

Boca Juniors x Grêmio: um jogo de espelhos

Times argentino e brasileiro iniciam batalha pelo título da América

Numa partida de futebol cabe uma infinidade de episódios novelescos. Podemos reconhecer a força, a velocidade e a destreza no manejo da bola, la pelota, como chamam os argentinos. E Boca Juniors e Grêmio têm jogadores, artistas, que conhecem muito bem os episódios que farão nesta quarta, dia 13 de junho, mais um capítulo da rivalidade Brasil e Argentina.

A coreografia apresentada por Riquelme e Palermo, do Boca Juniors, e por Tcheco e Carlos Eduardo, do Grêmio, é complexa. Eles são os bailarinos do tango que argentinos e brasileiros começam a apresentar a partir das 21h45min no lendário Estádio La Bombonera. O melhor tango, após a segunda apresentação em palco gaúcho, levanta a taça da Libertadores da América e garante vaga no Mundial.

Os dois clubes são muito parecidos. Ambos adoram uma peleia, ambos possuem torcidas (hinchas) apaixonadas, contagiantes. Ambos jogam a morir, dão o sangue dentro de campo. Ambos nunca se entregam. Ambos são copeiros. Só que o Grêmio, diz o seu hino, é imortal. E essa, mais do que nunca, é a hora de colocar em prova tal afirmação.

La Bombonera

O estádio do Boca Juniors, um verdadeiro caldeirão em que o clube azul e amarelo cozinha seus adversários, intimida. O formato retangular/vertical cria a sensação de sufocamento. A torcida em pé durante os 90 minutos, cantando e gritando, aumenta a angústia do oponente dos donos da casa.

Mesmo não tendo feito uma Libertadores impecável, a equipe de Miguel Russo chega à final com credenciais qualificadas. Afinal, o clube boquense – como a torcida é conhecida – cresce em finais. Tem jogadores decisivos como Riquelme, que acabou com o Palmeiras em 2000, e Palermo, artilheiro.

Pelo lado gremista, Mano Menezes, forjou a ferro e fogo uma equipe até ela alcançar um nível competitivo altíssimo, como é a marca do Grêmio. Da Batalha dos Aflitos até a Batalha da Bombonera, o Grêmio suou muito. Suor recompensado. Lucas, Carlos Eduardo, Tcheco despontaram. Sandro Goiano tornou-se uma muralha. Diego Souza, no meio, vem infernizando os adversários. Não tenha dúvida: o jogo de mata-mata nunca teve nome tão apropriado!

Rodrigo Celente
rodrigo.celente@rbsonline.com.br

 
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