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O PT reuniu nesta quarta, dia 6, a bancada atual e a recém-eleita na Câmara dos Deputados para fazer uma avaliação do processo de transição e cobrar unidade dos parlamentares nas decisões a serem tomadas nesta e na próxima legislatura. A reunião, à qual a imprensa não teve acesso, foi aberta pelo líder do PT na Câmara, deputado João Paulo Cunha (SP). Em seguida falaram aos parlamentares o presidente do PT, deputado José Dirceu (SP), e o coordenador da equipe de transição, Antonio Palocci.
No final da reunião, João Paulo fez uma avaliação do encontro.
– Esperamos que a bancada tenha unidade em suas ações porque disso vai depender a força política do partido. Sempre tivemos, desde a fundação do PT, pessoas com pensamentos diferentes e que agem de formas diferentes, mas reforçamos que temos uma metodologia de funcionamento, disse o líder do PT.
Essa metodologia, explicou, consiste em reunir e discutir todos os temas importantes, mas uma vez tomada uma decisão ela ''deve ter o apoio de todos''.
O objetivo do PT é tentar diminuir a influência da ala radical do partido, que geralmente discorda das posições da cúpula nas decisões futuras. Um dos exemplos pôde ser observado nesta manhã quando o deputado e senador eleito para a próxima legislatura, Paulo Paim (RS), tentou aprovar na Comissão de Trabalhos da Câmara um projeto que revê o aumento do salário mínimo de R$ 200 para R$ 250 no próximo ano. O restante dos deputados de oposição, no entanto, se mobilizaram para obstruir a votação que foi transferida para a próxima semana.
João Paulo reafirmou durante a reunião que é preciso deixar claro a todos os parlamentares que o Orçamento em votação e discussão não é o do governo eleito e sim do governo Ferrando Henrique Cardoso. Ele disse ainda que a necessidade de unidade também foi reforçada por Dirceu. O presidente do PT fez um balanço dos contatos políticos que o partido vem fazendo nos últimos dias. Na saída da reunião Dirceu confirmou que está reforçando esses contatos políticos nesta semana, incluindo partidos não aliados como o PSDB e o PFL. Dirceu deve procurar em breve o presidente do PSDB, deputado José Aníbal (SP), e o do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC). Ele também confirmou que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, deve se encontrar com membros desses partidos, mas não fixou data. s dirigentes do PT reafirmaram que a primeira conversa com o PMDB foi satisfatória. Nesta semana, os dois partidos fecharam um acordo pelo qual a presidência da Câmara e do Senado deverá ser ocupada por representantes dos partidos que possuem as maiores bancadas – o PT na Câmara e o PMDB no Senado –, respeitando a tradição do Congresso.
O PT não fala em nomes mas vários deputados presentes confirmaram que a indicação deve ser mesmo do nome de Dirceu para a presidência da Casa. No Senado, a disputa interna do PMDB envolve os nomes dos senadores José Sarney (AP), que apoiou a candidatura de Lula, e do atual líder Renan Calheiros (AL).
Os dirigentes e líderes do PT acrescentaram que essa conversa com outros partidos já está surtindo efeito na votação das medidas provisórias que trancam a pauta da Câmara. Na terça-feira foram votadas 14 MPs e nesta quarta-feira, segundo previsão do deputado Walter Pinheiro (BA), devem ser votadas outras cinco. Se for cumprida essa previsão, ainda faltarão 20 MPs para serem votadas na próxima semana. A votação das medidas é fundamental para que o PT consiga aprovar projetos que o futuro governo considera importantes, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que altera o artigo 192 da Constituição – que trata da regulamentação do sistema financeiro. No período da tarde o PT fará a mesma reunião com a bancada de senadores eleita e a atual.
Com informações da Agência Reuters
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