| 07/11/2002 19h58min
As principais lideranças do PSDB, incluindo o presidente Fernando Henrique Cardoso, reuniram-se nesta quinta, dia 7, para tentar amenizar e unificar o discurso de oposição ao futuro governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A ordem é evitar divergências de atuação do partido no Congresso e dos
governadores eleitos. Os tucanos querem unificar o discurso e impedir os arroubos oposicionistas de alguns líderes do partido. Estão dispostos ainda a aprovar as propostas enviadas ao Congresso pelo futuro presidente e que sejam de interesse do país.
O presidente Fernando Henrique avisou aos seus companheiros de partido que não vai, durante um período que não especificou, dar opinião sobre nada do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Assim que deixar o Palácio do Planalto, Fernando Henrique pretende fazer uma viagem e se pôs à disposição do partido para ajudar na reformulação de conceitos.
Depois da reunião, na casa do governador eleito de Minas Gerais, Aécio Neves, ficou claro o que o presidente espera dos tucanos, pelo menos até o final de seu mandato: colaboração com o novo governo e que se evitem atritos, principalmente no Congresso, onde algumas lideranças tucanas têm feito uma oposição mais pontual às decisões tomadas pelo PT.
– Temos que dar condições para que o novo presidente governe o país – disse o senador eleito Tasso Jereissati (CE).
Os principais defensores de uma oposição mais direta do partido, o presidente do PSDB, deputado José Aníbal (SP), e o líder do partido na Câmara, Jutahy Magalhães (BA), também participaram da reunião, mas não deram declarações. Sobre a posição dos dois líderes, Tasso foi mais enfático e disse que "política não se faz com ressentimento nem com mágoa".
Participaram do encontro, além dos sete governadores eleitos pelo PSDB, alguns atuais governadores, deputados e lideranças do partido e o candidato derrotado à Presidência, José Serra, o último a chegar ao almoço.
Aécio Neves, que preside a Câmara dos Deputados até o final do ano, fez questão de mandar um recado aos dirigentes do PT sobre as articulações para indicar os presidentes do Congresso no próximo ano.
– Para o PT é muito mais importante criar um clima de harmonia para os avanços que eles querem criar para o Brasil do que vencer uma eleição ou impor um presidente dessa ou daquela casa – disse Aécio, acrescentando que as articulações não podem excluir "esse ou aquele partido".
Ele referia-se aos contatos recentes entre o PT e o PMDB sobre um possível apoio mútuo para eleger um parlamentar do PT para presidir a Câmara e um do PMDB para o Senado.
FH e tucanos: colaboração com o novo governo e convivência sem atritos
Foto:
Rose Brasil
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Agência Brasil
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