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 | 21/06/2007 01h41min

Mano Menezes, da Série B à Libertadores

Técnico deu ao Grêmio a cara de time guerreiro

Não deu para conquistar o tri da América, mas levar o Grêmio ao vice-campeonato também não é motivo de vergonha para Luís Antônio Venker Menezes. Pelo contrário. O natural de Santa Cruz que atende no dia a dia pela alcunha de Mano Menezes sabe que montou um time bravo, guerreiro, mas compreende que o adversário na final é um time superior nesse momento.

– O Boca foi mais equipe do que o Grêmio. Com base nisto, conquistou o título extremamente justo. Nós fizemos todo o possível para nos superar depois de termos chegado na final. Mas na minha avaliação, depois dos dois jogos, não tínhamos condição de conquistar o título – admitiu Mano, depois ver seu time perder por 2 a 0 para o Boca Juniors em casa.

Há pouco mais de dois anos à frente do time, Mano é um dos responsáveis pela curva ascendente, vitoriosa e, por vezes, inacreditável.

Foi em abril de 2005 que o treinador foi parar no Estádio Olímpico, em uma transferência que causou certa polêmica entre as direções de Grêmio e Caxias – do qual Mano era o comandante para a disputa da Série B.

Apesar da troca de endereço, o objetivo do treinador era o mesmo. Levar seu time à elite do futebol brasileiro. Fato que conseguiu no, até então, mais surreal jogo da história tricolor. No dia 26 de novembro de 2005 o Grêmio fincava novamente as travas das chuteiras no gramado da Série A do Brasileirão.

Com plantel renovado, mas com a mesma garra, Mano fez o que pôde na volta ao Brasileirão: o honroso terceiro lugar – atrás apenas do poderoso São Paulo e do arqui-rival Inter – garantiu uma vaga na Libertadores 2007. Estava aberta a janela para o Grêmio alçar um vôo mais alto.

Mas chegar até a final o caminho teve a tradicional dramaticidade. Num grupo ao lado de Cerro Porteño, Tolima e Cúcuta, o Grêmio terminou em primeiro. E só garantiu a vaga na última rodada. O adversário, bastante inesperado, foi o São Paulo, que na rodada final empatou em 2 a 2 com o Audax Italiano, do Chile.

Após bater o São Paulo, revertendo o placar no Olímpico, encarou o Denfensor, do Uruguai, nas quartas-de-final, igualando o marcador em 2 a 0 e encaminhando a vaga nas semifinais para os pênaltis. Na disputa por uma vaga na decisão, mais um duelo brasileiro. Dessa vez o Grêmio tratou de fazer o resultado dentro de casa: 2 a 0 no Olímpico. Já a volta, na Vila Belmiro, teve ar de filme de terror. Depois de Diego Souza abrir o placar, o Grêmio levou três, o máximo que poderia levar fora de casa.

– Nossa campanha é vitoriosa no sentido de que começaram lá na primeira fase tantas equipes, e nós fomos eliminando cada adversários que tivemos pela frente. Adversários colocados como, em termos de qualificação, superiores à nossa equipe – lembrou o treinador.

Chegando à final, em Buenos Aires, mais um placar muito adverso, o pior de todos: Boca 3x0 Grêmio. Nesta quarta, a torcida lotou o estádio. Apoiou do início ao fim. Mas não foi suficiente. Os comandados de Mano foram lutadores de novo, mas foram superados mais uma vez: 2 a 0.

Mano quer mais. Durante a entrevista coletiva realizada após a finalíssima, o treinador gremista deu a entender que gostaria de estar comandando o Grêmio em 2009. Isso por ele acreditar que, em dois anos, o Tricolor se fortalecerá e terá condições de desafiar uma equipe qualificada, como o Boca Juniors.

– O Grêmio chegou dois anos antes no lugar que deveria chegar em 2009, mais ou menos, que é uma disputa de Libertadores – disse o treinador. Questionado se pretende dar seguimento a este projeto, o treinador explicou: – Estou muito satisfeito com o ambiente de trabalho aqui. Enquanto esse ambiente for bom, eu pretendo dar continuidade no trabalho. É lógico que as perspectivas cada vez precisam ser maiores porque a exigência é maior – declarou o treinador.

 
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