O presidente argentino, Eduardo Duhalde, reiterou no sábado, dia 9, que está confiante num acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) que permita ao país adiar os próximos pagamentos da dívida. A declaração foi feita em pronunciamento habitual no programa de rádio no sábado. O tempo está se esgotando para a Argentina fechar um acordo com o organismo financeiro internacional que lhe permita postergar o pagamento de seus compromissos externos, já que o país terá de pagar US$ 809 milhões no próximo dia 14 de novembro ao Banco Mundial.

A Argentina já adiantou que não utilizará as reservas e que, se não chegar a um acordo com o FMI, suspenderá os pagamentos junto aos organismos financeiros. Além disso, o governo ainda tem de pagar US$ 14,500 bilhões aos organismos multilaterais até dezembro de 2003, mas as reservas só chegam a US$ 10 bilhões. Se o governo não honrar as dívidas juntos aos organismos multilaterais, vai acabar fechando as torneiras do crédito financeiro, já que no final de 2001 perdeu o financiamento do setor privado depois que declarou moratória de parte da dívida pública.

Em sua luta contra o relógio, a Argentina enviou esta semana para Washington o quarto negociador do acordo, que começou a ser discutido em fevereiro. Na segunda-feira, uma nova missão viajará à capital dos Estados Unidos para dar continuidade às negociações com o fundo. Tanto funcionários dos organismos multilaterais quanto membros do governo argentino admitiram nos últimos dias que ainda faltam muitos pontos a serem negociados, o que complica a possibilidade de que um resultado saia rapidamente.