| 27/06/2007 23h50min
Parecia que ia dar. Os mexicanos conseguiam tocar mais a bola, mas o Brasil tinha mais velocidade. Então, a defesa brasileira falhou e a Seleção levou 2 a 0 do México na noite desta quarta no Estádio Cachamay, em Puerto Ordaz, pelo Grupo 2 da Copa América.
Agora, os mexicanos lideram a chave pelo saldo de gols. O Chile, que fez 3 a 2 no Equador, fica logo atrás, e a Seleção divide a lanterna com os equatorianos.
O México mudou para enfrentar o Brasil, passando a adotar o esquema 4-4-2. Mostrou-se organizado e com bom toque de bola. O Brasil tinha menos posse, mas muita velocidade. Diego, Robinho e Elano estavam determinados a repetir o trio que deu ao Santos o título brasileiro de 2004. Os três abusavam da velocidade, faziam tabelas e triangulações e enlouqueciam a equipe da América do Norte.
Em uma destas triangulações, viria o gol brasileiro, não fosse o erro do árbitro argentino Sergio Pezzota. Depois de uma jogada que envolveu os três ex-santistas, logo aos seis minutos de partida, Elano achou Diego na entrada da área. O meia chutou e abriu o marcador, mas o juiz invalidou o gol, assinalando impedimento.
Apesar de deter mais a bola, o México tinha dificuldades para entrar no campo de defesa brasileiro. Quando conseguiam, eles procuravam cavar faltas. Rígido, o juiz argentino não marcava. O Brasil seguia melhor, apesar de ter menos posse de bola, mas não conseguia achar o gol.
Aos 23 minutos do primeiro tempo, o time do técnico Hugo Sánchez foi premiado com uma falha da defesa brasileira. Sem cobertura, Juan ficou sozinho com Castillo dentro da área brasileira. Pobre Juan, foi humillado.
Abusado, o mexicano aplicou um chapéu no zagueiro e, antes que a bola caísse no chão, chutou para tirar Doni do lance e abrir o marcador.
Os mexicanos se soltaram mais depois do gol. Castillo parece ter ganho confiança, e passou a infernizar a defesa brasileira. E o segundo gol veio cinco minutos depois. Após uma jogada de ataque mexicana, Diego tentou sair jogando de forma irresponsável na entrada da área. Perdeu a bola e fez falta ao tentar recuperá-la. Na cobrança, Morales chutou fraco, no canto esquerdo. O goleiro Doni não se mexeu e apenas viu a bola morrer nas redes brasileiras.
No segundo tempo, o Brasil voltou com Anderson e Afonso. O ex-gremista fez uma parceria interessante com Robinho. Com dois jogadores de velocidade e habilidade, a Seleção passou a atacar com mais efetividade. Afonso ficava fincado na área, o que Love não conseguia fazer. O desacreditado centroavante do Heereveen-HOL mostrou bom cabeceio, mas não estava entrosado com o time.
Com uma melhora do time de Dunga, começou a brilhar a estrela do goleiro Ochoa. Além de boas defesas, ele contou com a sorte. Na melhor chance do Brasil da etapa, Robinho fez boa jogada, com direito a muitas pedaladas, e chutou um pouco sem ângulo. A bola explodiu na trave.
Castillo aproveitava os contra-ataques para infernizar os brasileiros. Mas ele desperdiçou várias chances de matar o jogo. A principal delas foi no fim, quando driblou Alex e Doni, e ficou de frente para o gol. Quis enfeitar, carregou a bola mais do que deveria e acabou chutando para fora. Foi o último lance de um jogo cheio de jogadas bonitas por parte do lado perdedor.
Felipe Truda
felipe.truda@rbsonline.com.br
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