| 12/07/2007 13h23min
A meta do judô brasileiro nos Jogos Pan-Americanos do Rio é uma só: superar o desempenho de Santo Domingo. Em 2003, a modalidade foi a que conquistou o maior número de medalhas de ouro para o país. Foram cinco primeiros lugares em dez medalhas no total.
– A equipe brasileira tem potencial para 14 medalhas – garante o supervisor das seleções, Ney Wilson.
Com medalhistas olímpicos e o campeão mundial João Derly no grupo, a equipe masculina é a que carrega mais responsabilidade. Sobre os homens a expectativa é de finais para todos.
Nem mesmo o meio-médio, alçado à condição de médio por força das circunstâncias, Thiago Camilo tem alívio nesse assunto. Substituto de Carlos Honorato na vaga pan-americana, o vice-campeão olímpico em Sydney-2000 herda a mesma cobrança dos outros.
Para garantir que somente aqueles na melhor fase estariam representando o Brasil no Rio, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) arriscou um sistema classificatório diferente. A tradicional seletiva direta deu lugar a etapas internacionais de avaliação combinadas com treinos e campings.
As mulheres também tiveram novidades em sua preparação, tornando-se independentes do treinamento masculino. Sob a supervisão da técnica Rosicléia Campos, a equipe mudou o sistema de trabalho dando ênfase especial ao preparo físico, lutou em Cuba, viajou para a Europa e viveu uma seletiva focada também no desempenho internacional.
Com isso, cresceram em repercussão no exterior, sendo convidadas para treinar com equipes de ponta e chegam ao Rio de Janeiro com fôlego redobrado e grandes expectativas.
– A equipe feminina vem apresentando excelentes progressos em função da retrospectiva do ano de 2007. Acredito que possamos ter também sete medalhas – aposta Ney Wilson.
Durante este ano, as meninas conseguiram um resultado histórico com a conquista de seis medalhas – dois ouros, duas pratas e dois bronzes – na temporada européia, além do vice-campeonato no Pan, em Montreal. O desafio agora é tentar superar as judocas cubanas, tradicionais algozes da equipe nacional.
Para confirmar seu favoritismo em casa, o Brasil compete com um grupo no qual não faltam destaques. Além de Derly e Camilo, o grupo inclui Flávio Canto, atual campeão dos Jogos no meio-médio e medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, a medalhista de bronze mundial no meio-pesado Edinanci Silva, campeã da Super Copa do Mundo de Hamburgo nesta temporada, e que também defende o título de Santo Domingo, a medalhista mundial de bronze na leve Daniele Zangrando, que volta à seleção após longa ausência, e o medalhista de bronze em Atenas na categoria leve, Leandro Guilheiro.
Mas alguns destaques antigos estão fora desta vez. É o caso de Vânia Ishii, vice-campeã em Santo Domingo-2003, campeã em Winnipeg-99 e bronze em Mar del Plata-95, que perdeu a vaga para Danielle Yuri. Ouro em Santo Domingo, Daniel Hernandes também ficou fora, superado por João Gabriel Schilliter na luta pela classificação. Para quem chega, fica o desafio de manter a tradição.
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