O sonho de uma final nos Jogos Pan-Americanos ficou no caminho para João Souza, após a derrota para o norte-americano Horanyi, mas mesmo assim o brasileiro comemorou a quebra de um jejum de 32 anos sem medalhas para o País na esgrima.

– Fico muito feliz por isso, pois batalhei bastante para isso. Já havia deixado meu trabalho no escritório e, este ano, tranquei a faculdade para me dedicar a esta competição. Sabia que tinha condições de medalha, pois entre os que participaram eu era o segundo melhor ranqueado.

Gaúcho, João Souza trouxe a mãe, três tias e a namorada para apóia-lo no Rio de Janeiro. Mas das arquibancadas, ele recebeu também o apoio dos brasileiros, que praticamente lotaram a Arena no Riocentro.

– No Brasil não estou acostumado a competir assim. Para mim foi uma novidade, mas foi muito bom. Quando eu dava uma cansada, o público ia lá e me incentivava. Dedico para o meu treinador, Alexandre Teixeira, que me ajudou bastante e também para a minha mãe – disse João.

O incentivo do público, que contava também com as presenças dos ex-jogadores de vôlei, Bernard e Renan, nas tribunas, não foi suficiente para levá-lo à final, mas o esgrimista preferiu enaltecer a boa performance do adversário.

– Nunca havia encontrado com ele antes em um jogo, mas antes do Pan analisei todos os outros competidores e sabia que ele era muito ofensivo. Eu tenho mais a característica de ficar na defensiva e buscar o contra-ataque, com ele hoje não deu certo.

Beneficiado por uma ajuda governamental, João Souza conseguiu patrocínio para participar de 13 das 14 etapas do Circuito Mundial de Esgrima. De acordo com ele, suas próximas metas são o Campeonato Pan-Americano, em agosto, no Canadá, além do Mundial, em outubro, na Rússia. Tudo de olho nas Olimpíadas de 2008, em Pequim.

– Vou voltar para Porto Alegre e treinar bastante, pois tenho competições importantes pela frente e que podem me ajudar a chegar a Pequim.