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Inspetores prometem não aceitar negativas do Iraque

Os inspetores de armas da Organização das Nações Unidas (ONU), reunidos em Chipre para reiniciar nesta segunda, dia 18, a missão no Iraque após quatro anos de ausência, prometeram não aceitar eventuais negativas do governo de Bagdá na hora de examinar algum local suspeito de desenvolver ou armazenar armas de destruição em massa. Os chefes da missão disseram que, no que depender deles, a suspensão das sanções da ONU ao Iraque depende apenas da cooperação de Saddam Hussein e seus assessores.

A chegada do chefe dos inspetores, o sueco Hans Blix, de 74, e de sua equipe provocou um alvoroço no modesto hotel Flamingo Beach, em Larnaca. O grupo embarca na manhã desta segunda para Bagdá. Enquanto isso, aviões norte-americanos e britânicos bombardearam defesas antiaéreas no norte do Iraque, depois de serem alvejados por tropas locais. Esses ataques são comuns, mas podem se transformam em guerra aberta caso os Estados Unidos entendam que o Iraque não está disposto a se desarmar.

Em entrevista a uma emissora britânica de TV, o vice-primeiro-ministro iraquiano, Tareq Aziz, disse que a cooperação será total e que a inspeção servirá para mostrar que os EUA mentem em suas acusações. Blix já disse que até um atraso de meia hora no acesso aos locais suspeitos será considerado uma violação séria, já que esse é o tempo suficiente para esconder documentos e tubos de ensaio, por exemplo. Em um tom mais conciliador, o chanceler britânico, Jack Straw, disse que é importante distinguir entre atrasos acidentais e os deliberados.

Blix disse que a primeira turma de 30 inspetores que desembarcará no Iraque vai cuidar de detalhes logísticos da missão, como a entrega de jipes, laboratórios e helicópteros. As inspeções propriamente ditas devem começar em 27 de novembro. Até o final do ano, cerca de cem inspetores, de 40 países, devem estar no Iraque. Nem mesmo mesquitas e palácios presidenciais estarão a salvo do olhar deles.

O primeiro teste significativo desse trabalho ocorrerá em 8 de dezembro, quando o Iraque deve entregar um relatório sobre suas armas proibidas. Até 27 de janeiro, os inspetores devem apresentar suas primeiras conclusões ao Conselho de Segurança da ONU. Blix disse que é provável que sua equipe encontre armas proibidas, porque os recursos disponíveis agora são muito superiores aos que havia em 1998, quando os inspetores deixaram o Iraque com queixas sobre a má vontade de Saddam. 

Em Washington, o presidente George W. Bush disse que desconfia das intenções iraquianas e que o serviço secreto está empenhado em acompanhar milhares de iraquianos radicados nos EUA, que podem ser simpatizantes de Saddam.

As informações são da Agência Reuters.

 
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