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 | 18/11/2002 21h46min

Palocci deverá ocupar pasta econômica ou política

O coordenador da equipe de transição do futuro governo, Antônio Palocci, deverá ocupar uma ministério na área econômica (Fazenda ou Planejamento) ou uma pasta política (Casa Civil ou Secretaria-Geral). O prefeito de Ribeirão Preto ingressou efetivamente campanha do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao se afastar da prefeitura por 90 dias. Nesta segunda, precisou voltar ao cargo de prefeito porque seu prazo de licença venceu na sexta. Pela Lei Orgânica do município, Palocci pode ficar fora da cidade por até 15 dias, mas isso lhe causará o constrangimento de receber o salário de R$ 12,9 mil por mês sem trabalhar no município.

Sem falar em cargos, Lula confirmou nesta segunda o nome de Palocci para compor seu futuro governo. O atual prefeito deve renunciar até a próxima sexta. O convite – ou convocação, como prefere Palocci – foi feito por Lula durante a inauguração de uma estação de tratamento de esgoto na cidade, um dos projetos prioritários do prefeito.

– Eu só não posso dizer a função, mas posso garantir que Palocci dificilmente voltará a ser prefeito de Ribeirão Preto, afirmou Lula, ao lado de Palocci, que exibiu um sorriso.

Antes de aceitar publicamente o chamamento do novo presidente, Palocci disse que fará uma consulta popular, mas deu a senha ao afirmar que não pode recusar um pedido do presidente. Com relação a cargos, disse estar disposto a ajudar Lula naquilo que for preciso. Os petistas seguem orientação do próprio Lula e do presidente nacional do partido, José Dirceu, que proibiram comentários especulativos em relação à formação do novo governo petista.

Em setembro de 2000, quando Palocci ainda era candidato, o prefeito assinou uma declaração, registrada em cartório, dizendo que cumpriria integralmente seu mandato. Se Palocci renunciar, transfere a prefeitura de Ribeirão Preto, uma das cidades mais importantes de São Paulo, para o modesto PMN.
Com a provável saída de Palocci, a administração municipal ficará de vez nas mãos do vice Gilberto Maggioni, um empresário do setor de tintas, que preside há uma década a Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto, entidade que reúne cerca de 6 mil integrantes do ramo.

A aliança de Palocci e Maggioni é fruto da nova política do PT, de compor com  representantes do empresariado. O vice de Lula, por exemplo, José Alencar (PL) é empresário do setor têxtil. A parceria com empresários para alavancar investimentos foi uma das marcas da primeira gestão de Palocci (1993-1996) na cidade. Para chegar ao segundo mandato, em 2000, o médico sanitarista foi respaldado por setores da elite, com destaque para os usineiros. Na ocasião, a coligação que apoiou Palocci nas eleições elegeu 12 dos 21 vereadores.

 
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