| 30/08/2007 21h14min
O treinador do Tigre/Unisul e medalhista olímpico Giovane Gávio esteve, nesta quinta, na Fundação Mauricio Sirotski Sobrinho para dar início a uma parceria que vai trazer o Instituto Giovane Gávio, atualmente em Minas Gerais, para Florianópolis. O projeto será voltado para jovens e vai envolver a grande habilidade do atleta - o vôlei, mas ainda não há data definida para que isso ocorra.
Giovane está em Joinville há dois meses, quando se tornou o treinador da equipe Tigre/Unisul de vôlei masculino. O ex-atleta, que antes morou em Florianópolis, está bastante satisfeito com a nova cidade e, principalmente, com a receptividade dos moradores.
Segundo ele, é possível notar a alegria dos joinvilenses em ver o nascimento de uma equipe que, ao que tudo indica, tem tudo para ser vitoriosa.
– A cidade abraçou o time e as pessoas estão prontas a ajudar em qualquer tipo
de problema ou dificuldade. E não é ajuda financeira,
é vontade de ver o time dando certo, vontade de ter um time vencedor – destacou.
Apesar de não ter, até então, nenhum grande time de vôlei masculino, a cidade já se destacava por um projeto social que buscava a formação de jovens atletas, dentre eles, cerca de três mil jogadores de vôlei. Um deles já foi aproveitado por Giovani no Tigre/Unisul: Ricardo, de 17 anos, atua na equipe profissional sob o comando de um dos seus ídolos.
– Ter uma grande equipe na cidade é dar a este jovens a possibilidade de ter ídolos, de ver os jogadores que eles admiram ao vivo – completa o treinador.
Apesar das dificuldades inerentes a qualquer equipe, Giovane afirma que o Tigre/Unisul está pronto para jogar o Estadual e se encontra em ritmo de preparação para os campeonatos nacionais. Segundo ele, a base já está montada – o último reforço foi o ex-jogador da seleção cubana Alain Roca.
O principal adversário dos joinvilenses é o florianopolitano
Cimed, equipe que conta com cinco jogadores da
Seleção Brasileira e que derrotou recentemente o Tigre/Unisul pela Copa Santa Catarina.
Para o técnico, há um caminho longo a ser trilhado para se igualar à qualidade da equipe comandada por Radamés Lattari.
– Ainda estamos nos primeiros meses, em um ritmo que pode ser considerado devagar perto da velocidade que temos que chegar. A qualidade de treinamento e a maneira como os jogadores estão se doando já são surpreendentes para mim, mas temos muito a crescer – admite.
Das quadras para o banco
Esta é a primeira experiência de Giovane como técnico. Como atleta, ele teve uma trajetória vitoriosa facilmente comprovada pelos títulos que acumula, dentre eles a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Barcelona, em 1992, e a Copa do Mundo do Japão, em 2003, última conquista da trajetória como atacante da Seleção.
O fato de ter figurado tantos anos nos lugares mais altos do pódio faz com
que a cobrança como treinador aumente.
– As pessoas tendem a
falar: e aí, vai ganhar tudo como técnico também? Na verdade isso não me amedronta, porque quero fazer o melhor. Mudei para técnico porque ficar só nos bastidores não me completava, não me fazia feliz – revela.
Mesmo assim, os torcedores tendem a procurar no técnico, o jogador. Para Giovani, as duas maneiras de atuar são bastante diferentes, principalmente com relação às preocupações. Enquanto um pensa no desempenho, mesmo sabendo fazer parte de uma equipe, o outro precisa se portar como um gestor.
– São 30 pessoas das quais eu tenho que tirar o máximo. Nesta função você tem que se preocupar com tudo, desde como o jogador está se sentindo e se ele tem condições de treinar, até se a quadra está adequada para o treino. Nunca vai ter um dia igual ao outro – enfatiza.
Nesta sexta, o técnico segue para o oeste de Santa Catarina, onde o Tigre/Unisul enfrenta dois times pelo campeonato estadual: o Aprov/Unoesc, em Chapecó, e o Líder/Adecam, em Campos Novos. Giovane
ainda não poderá contar com o
reforço do cubano, Alain Roca, que aguarda a liberação da Delegacia Regional do Trabalho.
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