| 31/08/2007 11h11min
Melhor tenista do Brasil de todos os tempos, o catarinense Gustavo Kuerten não esquecerá tão cedo sua passagem pela edição de 2007 do Aberto dos Estados Unidos. Mesmo longe dos holofotes e derrotado na primeira rodada do torneio de duplas, ele foi ovacionado de pé pela torcida.
Sem fazer alarde, o ex-número um do mundo encheu de nostalgia a quadra Louis Armstrong, uma das principais do Centro Nacional de Tênis Billie Jean King, em Nova York. Ele aceitou o convite da organização para fazer parte do torneio de duplas, ao lado do norte-americano Robby Ginepri.
– Voltei a me sentir feliz. Muito bem. Quase mais do que quando vim aqui como número um. Eu me senti um jogador. Saboreei o esporte mais do que quando entrava em quadra com a pressão de ganhar – afirmou Guga.
A alegria contrastava com a derrota que sofreu na primeira rodada do torneio de duplas, para os também brasileiros Marcelo Melo e André Sá, por 2 sets a 0, parciais de 7/6 (7/5) e 6/2. Mesmo assim, a arquibancada ficou de pé para se despedir do brasileiro.
– Para mim foi uma surpresa enorme. Fiquei contente interiormente, no aspecto pessoal. Acho que as pessoas agradeceram pela atitude e pelo compromisso que sempre demonstrei em quadra. Acho que eu ainda posso contribuir muito no tênis. Vale a pena o esforço de jogar – afirmou o tenista.
Em 2007, Guga esteve praticamente fora das quadras internacionais. Fora de forma e ainda se recuperando das lesões e operações a que foi submetido, o brasileiro rejeitou inclusive um convite para disputar Roland Garros, torneio no qual foi tricampeão.
A carreira do catarinense foi comprometida por uma séria lesão no quadril, que obrigou o tenista a sofrer duas cirurgias. No ano passado, foram apenas dois jogos. Na atual temporada, ele só participou de torneios menores, e mesmo assim não obteve bons resultados.
– Estou um pouco cansado e dolorido. Mas nada que não esperasse. O tênis é tudo para mim depois da saúde e da família. Fiz tudo o que pude e o tênis me deu muito, tenho que retribuir – disse Kuerten.
Mesmo assim, ele prefere ser prudente. Não quer que a felicidade obtida em Nova York volte a precipitar um retorno que já tentou várias vezes. Não tem mais pressa de competir.
– Não tenho certeza se tudo vai melhorar. Tentei voltar várias vezes. Forcei e agora só espero que o tempo me diga se posso voltar ou não. Eu gostaria, porque não quero ficar sempre jogando em duplas – finalizou o tenista.
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