| 16/09/2007 16h27min
A venda do ex-jogador do Vasco Paulo Miranda à equipe francesa Girondins de Bordeaux, em 2001, pode ter envolvido a transferência ilegal de US$ 3,94 milhões, que teriam passado por bancos da Suíça, dos Estados Unidos e do Uruguai, segundo reportagem publicada na edição deste domingo do jornal "O Globo". De acordo com o diário carioca, os europeus pagaram US$ 5,94 milhões pelo jogador, mas o clube brasileiro declarou ter recebido US$ 2 milhões pela negociação. As informações são do site GloboEsporte.com.
A operação teria sido comandada pelo franco-argelino Logbi Henouda, mais conhecido como Franck Henouda. Por intermédio do agente, o Vasco teria dado uma procuração no dia primeiro de julho de 2001 para a empresa holandesa WFC (World Fotball Corporation) negociar Paulo Miranda por US$ 1 milhão. Na época, Henouda seria membro do Conselho da organização, administrada por outros dois agentes, Reinaldo Pitta e Alexandre Martins, segundo "O Globo".
Segundo o jornal, o negócio deixou de recolher o equivalente a US$ 709, 2 mil (18%) em impostos no Brasil e contrariou também o Código de Agentes e o Estatuto de Transferências da Fifa
Após a negociação, Paulo Miranda teria autorizado a WFC a receber a sua parte na transação: US$ 940 mil. Desse total, o atleta pagaria US$ 300 mil à empresa uruguaia Dewirey Corporation S.A. de propriedade de Henouda.
Além dos US$ 2 milhões entregues ao Vasco, Henouda teria orientado a empresa a transferir outros US$ 2 milhões ao banco Chase Manhattan, de Nova york, em nome da Dewirey Corporation, e de lá transferir quantia para o Banco de Montevidéu, onde sua organização tem sede. O restante teria sido depositado na conta do First National Bank, em Nova York, em nome da Lespan S. A., envolvida em sonegação fiscal.
Segundo "O Globo", o negócio teria deixado de recolher o equivalente a US$ 709, 2 mil (18%) em impostos no Brasil e contraria, também, o Código de Agentes e o Estatuto de Transferências da Fifa, que proíbe a participação de empresas e depósitos do clube comprador em conta de empresários.
O jornal teve acesso a diversos documentos que comprovariam estas denúncias, e reproduziu diversos trechos em suas páginas. Henouda, no entanto, garante que um sócio com quem rompeu em 2003, Flávio Almeida, falsificou todos os papéis publicados na matéria.
– Flávio Almeida pegou meus papéis timbrados e fez uma colagem com uma assinatura minha de um outro documento. Ele só apresentou cópias e faxes, não mostrou nenhum original – diz Henouda.
O empresário argelino diz que foi vítima de chantagem e por não ceder às exigências do sócio, está sendo caluniado na imprensa.
– Eu quis fechar a empresa que tenho com Flávio Almeida, me propondo a lhe pagar 1% dos lucros, que é o que ele tinha direito. Ele exigiu que eu desse US$ 1 milhão, o que eu não fiz e não vou fazer. Ele disse que ia sujar meu nome no Brasil, e é isso que ele está fazendo com esses documentos falsos.
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