O técnico Felipão disse hoje que recorrerá da punição de quatro jogos imposta pela Uefa por agredir o lateral-esquerdo sérvio Ivica Dragutinovic depois da partida do último dia 12 entre Portugal e Sérvia pelas eliminatórias da Eurocopa. O treinador considerou a pena (que inclui ainda multa de R$ 32 mil) foi exagerada demais, especialmente após saber que o sérvio só foi punido com dois jogos:

— Apesar de ter reconhecido meu erro com toda sinceridade, acho que a punição é exagerada, enquanto o jogador que originou toda esta situação apenas pegou dois jogos.

No fim da partida, que terminou empatada em 1 a 1, Felipão deu um soco no jogador alegando estar defendendo um de seus comandados, que teria sido agredido pelo sérvio durante o jogo.

Segundo Felipão, o recurso será apresentado assim que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) receber o documento por escrito. Com isso, o brasileiro não estará à frente da seleção até o fim das eliminatórias: nas decisivas partidas fora de casa contra Azerbaijão e Cazaquistão, em outubro, e com Armênia e Finlândia, diante de sua torcida, em novembro.

A punição da Uefa proíbe também a presença de Felipão nos vestiários antes e durante os jogos, além de não poder usar nenhum meio para falar com os jogadores. Já Dragutinovic perderá os jogos da Sérvia contra Armênia e Azerbaijão, nos dias 13 e 17 de outubro.

Felipão agradeceu o apoio da torcida. Hoje, ele e a comissão técnica se reuniram com o presidente da FPF, Gilberto Madail, para analisar a situação.

Madail afirmou que a punição é "forte" para uma seleção que disputa vaga na Eurocopa. Além disso, ele convocou uma reunião de emergência na próxima segunda para analisar a situação de Felipão.

O técnico voltou a dizer que o incidente ocorreu ao tentar defender o atacante Quaresma, que era perseguido por dois sérvios, e esclareceu que pouco antes Dragutinovic tinha sido expulso pelo árbitro. Felipão reforçou hoje que "entende perfeitamente o espanhol", e que o sérvio fez insultos grosseiros à sua família.