| 26/09/2007 11h36min
Arquitetos, policiais e empresários são alguns dos jogadores que disputam o Mundial de Futebol Gay, entrando em campo sem medo da rejeição. A primeira Copa do gênero realizada na América Latina começou no domingo, em Buenos Aires. Durante uma semana, times da América, Europa e Oceania, reunindo mais de 400 jogadores, disputam o título. Nenhuma equipe brasileira se inscreveu.
Apesar de serem amadores, todos querem ganhar o título. Mas o campeonato se caracteriza pelo bom ambiente entre as equipes e por ultrapassar o futebol para se transformar num acontecimento social.
— Somos iguais e temos as mesmas oportunidades — disse Tomás Gómez, presidente da Associação Internacional Gay e Lésbica de Futebol (IGLFA).
O jogador Diego lidera a equipe uruguaia, a única que conta com apoio governamental, e é o símbolo do grupo. Nas suas próprias palavras, é quem tinha "menos medo de mostrar a cara", num país pequeno "e onde há muito medo das más
línguas". Aos 25 anos, dono de seu próprio
negócio, Diego só quer se divertir jogando futebol e eliminar o clichê de que os gays são "afeminados".
— Podemos deixar a sexualidade entre quatro paredes e nos divertir praticando esportes — disse.
No Uruguai, "o governo atual facilita que as pessoas sejam de mente aberta e apóiem a causa", acrescenta Diego. Mas Gustavo, um argentino de 38 anos, mudou-se para a Europa há 12 anos para "viver a vida gay mais livremente".
Arquiteto e jogador do time inglês Stonewall, atual campeão do mundo de Futebol Gay, Gustavo afirmou que ele e seus companheiros de equipe jogam futebol "como qualquer outro homem". Para ele, "o Mundial permite lutar contra a homofobia".
Na Copa, não há uma competição simultânea de lésbicas porque só três equipes se inscreveram. A escolha de Buenos Aires para sede se deve em grande parte à aprovação, em 2003, de uma lei que autoriza as uniões civis entre homossexuais. Foi a primeira cidade da América
Latina a permitir a união gay.
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