Dezembro reserva um teste para a capacidade de negociador do assessor de futebol do Grêmio, Paulo Pelaipe. É o mês em que se encerra o contrato de cinco titulares. O goleiro Saja, os meias Diego Souza e Tcheco, o volante Sandro Goiano e o centroavante Tuta ainda precisam acertar a permanência para a 2008. Outro que demandará trabalho para a direção é colombiano Bustos. Seu empréstimo ao Cúcuta acaba no dia 31 de janeiro.

Saja e Diego são os casos mais difíceis. Foram trazidos por empréstimo do San Lorenzo, da Argentina, e do Benfica, de Portugal. Em comum, os cinco têm o desejo de ficar no Olímpico. A cada entrevista, o argentino evidencia o desejo de renovar. Não perde a chance de falar da vontade de voltar a enfrentar o Boca Juniors, de quem o Grêmio levou cinco gols nos dois jogos da decisão da Libertadores deste ano. A possibilidade de ficar cresceu nos últimos dias. Orión renovou com o clube argentino. No início do ano, o técnico Ramón Díaz entregou a camiseta de titular a ele e forçou a saída de Saja, um dos símbolos do "Ciclón", como é chamado o time de Almagro.

Goleiro é a posição em que o Grêmio encontra mais dificuldades de reposição. Os reservas Marcelo Grohe e Galatto sofrem contestações da torcida. Para completar, os dois goleiros mais promissores formados no Olímpico, Andrey e Cássio, se apressaram e preferiram se aventurar na Europa.

Tcheco espera que a renovação seja tão fácil quanto no final de 2006. Embalado pela possibilidade de disputar a Libertadores, o que havia feito pelo Santos, em 2005, ele foi um dos primeiros a definir sua permanência em janeiro deste ano.

– Quero ficar, mesmo que o time não se classifique para a Libertadores. Mas ainda não é o momento de tratar desse assunto – desconversa o meia.

Por enquanto, Pelaipe esconde a apreensão com o tema. Para ele, o bom ambiente oferecido pelo clube e a possibilidade de disputar competições valorizadas servem como argumento para sensibilizar os jogadores a permanecerem. A vaga para a Libertadores garantirá a renovação com Mano Menezes. Mesmo valorizado, o técnico revelou na semana passada a intenção de seguir no Olímpico e engatar a quarta temporada seguida no comando do time.