Cinco jogadores podem ser considerados intocáveis no time de Abel Braga. Mesmo que a fase não seja das melhores, Clemer, Índio, Alex, Edinho e Fernandão estão sempre lá, apesar da temporada difícil.

Abel Braga discorda. Segundo ele, joga quem está melhor, mas os números mostrem uma outra realidade. Nas 47 partidas de 2007, os cinco campeões da Libertadores e do Mundial foram os que mais atuaram na temporada - ainda que Fernandão e Alex, com paradas por lesões, ficaram longo tempo sob cuidados de médicos e fisioterapeutas.

Desde o retorno de Abel ao Beira-Rio, o quinteto só não esteve em campo devido a lesão ou suspensão. Apesar do entrosamento dos campeões, os resultados da temporada são desanimadores. Somente nas últimas 10 rodadas, o Inter sofreu sete gols em bolas aéreas, talvez a principal falha defensiva do time, setor onde Clemer, Índio, Edinho e Alex têm sido os mais envolvidos.

Do grupo, o goleiro Clemer foi o único que amargou a experiência da reserva, ainda sob a administração do técnico Alexandre Gallo. Porém, três jogos depois, ele retomou o lugar de Renan.

Em declarações, o próprio Abel Braga se mostra um técnico que lida com a gratidão e talvez seja por isso que Alex se mantém como lateral-esquerdo. Campeão da Libertadores e do Mundial atuando como meia, o jogador pediu para trocar a função. Na lateral-esquerda, quer tentar uma vaga na Seleção Brasileira, órfã de Roberto Carlos.

Há outros indícios da preferência de Abel. Índio é seu "herói", Edinho, o "titular indiscutível"e Fernandão, a "voz do técnico em campo".

– Isso de privilegiar alguns jogadores não existe. Até disse isso aos jogadores hoje (ontem). Tenho muitos titulares que não foram campeões do mundo (Sorondo, Magrão, Guiñazu e Gil). Comigo, quem estiver melhor vai jogar – disse Abel.

Goleador do time no Brasileirão, Adriano marcou oito vezes, mas, ainda assim, perdeu vaga para Gil.

– O Adriano é excelente jogador. Rápido e capaz de cansar as defesas, mas, com Gil, Guiñazu e Alex, tenho um lado esquerdo que ninguém tem. Não há como não aproveitar tanta cultura tática e inteligência – justificou o técnico.