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 | 03/10/2007 19h39min

Guerreiro e Cardia são condenados pelo caso ISL

Decisão juiz ocorreu em primeira instância e cabe recurso

Atualizado às 11h55min

Dois anos e dois meses após denúncia do Ministério Público, saiu na quarta-feira a sentença em primeiro grau da juíza Kátia Elenise Oliveira da Silva para o Caso Grêmio-ISL. Incursos nos artigos 171 do Código Penal (estelionato), o ex-presidente do Grêmio José Alberto Guerreiro e o ex-presidente da ISL do Brasil, Wesley Cardia, tiveram as penas convertidas para dois anos e dois meses de prestação de serviços comunitários.

A punição também inclui pagamento, pelos dois, de multa de 360 salários mínimos ao clube e 150 salários mínimos ao Estado. O réu Jamel Nasser também foi condenado à pena substitutiva e pagamento de multa. Guerreiro e Cardia foram absolvidos da acusação de formação de quadrilha (artigo 288). Cabe recurso das condenações.

Guerreiro não foi localizado para comentar a sentença. Ele estaria viajando pelo interior do Estado. O advogado dele, Paulo Olimpio Gomes de Souza, considerou a decisão injusta e garantiu que apelará.

— Recebi com surpresa e tenho certeza da total inocência de Guerreiro. Nosso propósito é demonstrar isso. Vamos recorrer porque estamos inconformados com a condenação. Acredito que o Tribunal de Justiça vai rever essa decisão é mudá-la. Evidente que ele (Guerreiro) e a família estão mortificados. Ele se sente injustiçado e inconformado, está ferido. Mas mostrei para ele que os desdobramentos podem ser favoráveis — disse o advogado à Rádio Bandeirantes, nesta quinta-feira. 

Cardia disse que descobriu a sentença por meio da imprensa.

– Não estou informado dessa decisão. Vou tentar descobrir o que é isso e assim que eu souber poderei responder. Fui pego de surpresa, isso é um absurdo — afirmou.

Seu advogado, Ney Fayet Júnior, mostrou-se surpreso. Também prometeu ingressar com recurso assim que ocorrer a notificação. O prazo é de cinco dias.

Entenda o caso

- Em agosto de 2000, a ISL do Brasil emitiu três cheques em nome do Grêmio, totalizando R$ 555.799,00

- O valor seria usado no pagamento de multas relativas à contratação de Amato, Astrada e Paulo Nunes, que estavam no Rangers (Escócia), River Plate e Palmeiras, respectivamente

- Após a falência da ISL, empresa suíça que patrocinava o Grêmio, ficou constatado que os três clubes não haviam cobrado multa ou recebido o dinheiro

- Nominais ao Grêmio, os cheques foram endossados e depositados em contas de terceiros

- Em junho de 2005, a 1ª Vara Criminal havia aceitado denúncia do Ministério Público contra 11 pessoas envolvidas no caso

 
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