| 16/10/2007 07h14min
Ninguém, no vestiário do Inter, rivaliza com os discursos de Fernandão e Alex. Eles são os oradores da turma. Estão jogando pouco, quase nada, mas quando os jogos acabam eles se travestem em criativos analistas, capazes de produzir frases e sentenças que se transformarão em títulos e manchetes de jornais no dia seguinte. Porém, nas suas perorações, esquecem sempre de mencionar o peso que os seus desempenhos insatisfatórios significam para o time. Também Abel Braga, generosamente, ignora as deficiências dos seus protegidos embora esteja sempre pronto para despejar a responsabilidade sobre algum garoto ou jogador de menor nomeada, como fez com Ji-Paraná. Esta política não vai mudar este ano, com o que ficam os colorados sabendo que evitar o rebaixamento será o seu consolo de fim de ano. E, se vier, a vaga para a Sul-Americana representará o encerramento triunfal da temporada. Saibam, igualmente, que sem cirurgias pontuais 2008 será tão ruim ou pior do que foi 2007.
Coisa
chata
Sábado, Mano Menezes reclamou que Gavilán teria sofrido condenação antecipada da imprensa pelo soco que deu em Valdivia. Pelaipe veio pelo mesmo caminho. Ora, no "episódio Valdivia", Mano Menezes foi criticado por alimentar, tolamente, uma discussão pública com Valdivia, antes do jogo, "envenenando" os seus jogadores que, no campo, por caçar o adversário detestado, receberam vários cartões e desfiguraram o Grêmio para o jogo seguinte. Foi uma ingenuidade, sim, de Mano Menezes, Paulo Pelaipe e os jogadores que entraram em campo para bater em um malandrinho, transformando-o em vítima. O Gavilán foi repreendido até por alguns companheiros seus, como Sandro Goiano. Então, Goiano está contra o Grêmio? Que chatice!
Sem ataque
A exigüidade de gols no Inter tem sido justificada pela presença de quatro "volantes", que nem são desta posição. O discurso é: Guiñazu, Edinho e Wellington não chutam a gol. Mas é esquecido que, contra o Corinthians, Gil
foi um amedrontado pião que rodopiou
sem entrar na área adversária, enquanto Fernandão, quando não errou passes dando ao Corinthians contra-ataques, ficou trotando na intermediária adversária apenas buscando livrar-se da bola. Enquanto isso, Wellington, como sempre, era obrigado a percorrer longa distância entre a defesa e a ponta-direita, e Magrão se extenuava jogando de área a área. Abel até lembrou, corretamente, que o Inter voltou a sofrer gol de cabeça depois que Magrão saiu. Estes dois jogadores só poderiam ser acometidos de cãibras, como aconteceu, tamanho o seu desgaste. Mas, como engano pouco é bobagem, Abel se apaixonou, agora, por Pinga, sem levar em conta que o meia entrou em campo quando os times já estavam cansados e o Corinthians buscando a vitória. "Ouvem a ave cantar, mas não sabem onde".
Previsão
Dentro de um ano, aprimorado o seu sentido de marcação, Anderson Pico estará pronto para assumir a lateral-esquerda da Seleção Brasileira. Chutes poderosos com os
dois pés, boa técnica e força física
descomunal. Tem tudo para ser melhor do que foi Roberto Carlos. Eu aposto.
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