Após quase três horas de reunião, a comissão técnica da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou oficialmente o resultado do julgamento da Sauber e da Williams e confirmou resultado do GP do Brasil de Fórmula-1. Com isso, o finlandês Kimi Raikkonen pode comemorar o título do mundial de pilotos.

A novela começou pouco antes das 19h, quando a comissão divulgou comunicado solicitando o comparecimento de representantes  da Sauber e da Williams porque a checagem técnica constatou que o combustível de seus carros apresentava temperatura inferior a do ambiente.

O controle de temperatura é determinado pelo regulamento, estabelecendo que nenhum combustível do carro pode estar mais de 10ºC abaixo da temperatura ambiente. As amostras retiradas dos carros inspecionados estavam de 12°C a 14°C abaixo dos 37°C registrados em Interlagos durante a prova.

A questão deixou em aberto a classificação final do GP do Brasil e, consequentemente, o título do mundial de pilotos. A Williams foi quarta colocada com Nico Rosberg, enquanto a Sauber terminou com seus dois carros na quinta e sexta posição, respectivamente, Robert Kubica e Nick Heidfeld.

Em caso de desclassificação deles, o inglês Lewis Hamilton, sétimo na pista, subiria na classificação. Mesmo com a vitória de Kimi Raikkonen, o inglês só precisaria de um quinto lugar para ficar com o título. O carro de Kazuki Nakajima também apresentou o mesmo problema. O japonês, que também corre pela Williams, terminou na 10ª colocação.

Após as explicações das equipes e a avaliação das amostras, a comissão técnica da FIA considerou que havia dúvidas razoáveis quanto ao registro das duas temperaturas tanto a do combustível do carro quanto à verdadeira temperatura ambiente, o que tornou inapropriado impor qualquer tipo de penalização.

A corrida em Interlagos 

Logo após a largada da corrida deste domingo, Raikkonen deixou Lewis Hamilton para trás, com Massa na primeira colocação. Na sétima volta, o inglês errou na mudança de marcha e o carro ficou lento. Sem velocidade, ele só não foi superado pelo finlandês Heikki Kovalainen e pelo inglês Anthony Davidson, que estavam uma volta atrás, e quando conseguiu recuperar o bom funcionamento do carro, era o 18º colocado.

Em terceiro lugar, Alonso seguia com o título nas mãos e Hamilton fez uma rápida troca, abasteceu pouco e tentou recompensar com voltas rápidas. Porém a nova tática não deu resultado e o inglês sofreu para ultrapassar os carros da Red Bull, Toyota e Williams. Enquanto isso na frente, o espanhol viu o tricampeonato escapar na 34ª volta, quando foi ultrapassado pelo polonês Robert Kubica no S do Senna. Assim, o campeão era Raikkonen, no momento em que a prova chegava à sua metade. Duas voltas depois, Hamilton parou nos boxes, quando era o nono lugar e retornou uma volta atrás dos líderes.

Na 38ª volta, o título foi novamente para o colo de Alonso, com a parada de Kubica nos boxes. Porém, a vitória do campeonato se confirmou para Raikkonen quando a aguardada troca de posições do piloto da Ferrari aconteceu, enfim, na 53ª volta, com o finlandês retornando na frente de Massa após sua segunda parada nos boxes.