| 24/10/2007 11h10min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia nesta quarta-feira sua própria ofensiva em defesa da aprovação da prorrogação da CPMF no Senado, ainda este ano, e sem modificação na proposta aprovada pela Câmara. Lula, por intermédio do ministro de Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, convocou uma reunião do Conselho Político para uniformizar a linguagem em defesa da aprovação da contribuição e medir a temperatura da negociação com os aliados. Ainda não está confirmada a presença de Lula no encontro.
A reunião do Conselho Político formado por todos os líderes e vice-líderes dos 11 partidos aliados e pelos líderes governistas na Câmara e no Senado estava inicialmente marcada para amanhã. A antecipação do encontro foi tática para evitar "ciúmes" entre os aliados. Afinal, estará acontecendo um dia antes do encontro marcado com lideranças do PSDB, o pêndulo para a aprovação da CPMF no Senado.
Os aliados votarão pela prorrogação da CPMF, mas também eles têm
reivindicações para garantir
o voto favorável à proposta do governo. O desafio é assegurar aos governistas um discurso político e a paternidade da defesa de redução da carga tributária. Ontem, Walfrido se reuniu com líderes governistas e com o líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR), e ouviu de todos o mesmo pedido: a redução da carga tributária. Jucá defendeu a redução gradativa da alíquota da CPMF, dos atuais 0,38% para 0,30% em 2010.
A participação de Lula no Conselho Política estava "em aberto" ontem à noite. O presidente marcou um encontro de três horas com os pesos pesados do PIB brasileiro, exatamente para discutir não apenas a prorrogação da CPMF, mas defender a desoneração tributária já aplicada pelo seu governo. Lula, mais uma vez, quer falar do entusiasmo que o Brasil provoca nos investidores estrangeiros e da percepção de não identificar esse mesmo impulso no empresariado nacional.
O Planalto tem como cenário a conclusão da votação no dia 20 de dezembro. No entanto,
nem mesmo os líderes
acreditam que será possível cumprir esse cronograma. Só uma negociação muito bem sucedida poderá levar o governo a garantir a prorrogação CPMF ainda este ano.
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