| 27/10/2007 14h41min
Escândalos envolvendo mafiosos e jogadores deixaram de ser um privilégio do futebol, e chegam agora às quadras de tênis.
— Todos sabem que existem casos de partidas arranjadas — comentou o escocês Andy Murray, no início do mês, logo após o número 4 do ranking, o russo Nikolay Davydenko, ter abandonado a partida contra o argentino Martin Vassalo Arguello (85º no ranking), em um torneio na Polônia, em agosto.
Em entrevista a revista IstoÉ, o número 1 do ranking nacional, Flávio Saretta, contou que também já sofreu pressão para "amolecer".
— Já tentaram me aliciar várias vezes. Uma vez, um cara, falando inglês, me procurou e ofereceu 100 mil euros (R$ 256 mil) para perder um jogo — disse o tenista.
A partida era contra o italiano Potito Starace, 77º no ranking na época, válida pela segunda rodada do torneio de Roland Garros, na França, em 2006. Saretta, então 89º, recusou e venceu o oponente por 3 sets a 2.
Saretta não foi o único a sofrer com este tipo de proposta,
ainda segundo a IstoÉ. O tenista número 2 do Brasil Marcos Daniel também foi "convidado" a entregar uma partida no torneio de Acapulco, no México, no ano passado.
— Em espanhol, um cara me ofereceu US$ 20 mil para entregar a partida para o Nicolas Massu — conta o atleta, 88º no ranking, na época.
Daniel não aceitou a proposta e desligou o telefone. Apesar de não admitir publicamente que exista de corrupção no esporte, a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) colocou 140 jogos sob suspeita e convocou um ex-apostador russo para dar palestra aos tenistas, no masters series de Miami, este ano.
— No Leste Europeu a aposta rola solta — disse Saretta.
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